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Potiguara: Cultura Viva Atrai Turismo Sustentável

Marcação: Turismo Indígena Sustentável Impulsiona Economia e Valoriza Cultura Potiguara

No município de Marcação, localizado no Litoral Norte da Paraíba e com o maior percentual de população indígena do estado, o turismo cultural e sustentável tem se firmado como motor da economia local e principal forma de valorizar a rica cultura do povo potiguara. Recentemente, a atividade ganhou destaque na série ‘Território de Negócios’, exibida no JPB2 da TV Cabo Branco, em celebração ao Dia dos Povos Indígenas, comemorado neste sábado, 19 de abril.

De acordo com dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE, Marcação abriga 8.999 habitantes. Notavelmente, a cidade se destaca como a mais jovem da Paraíba, com um índice de envelhecimento de apenas 28,1. Ademais, impressionantes 7.926 residentes se identificam como indígenas. Em termos de concentração, Marcação reúne 15 das 33 aldeias potiguara, que se distribuem também pelos municípios vizinhos de Rio Tinto e Baía da Traição.

Rota dos Potiguara: Imersão Cultural no Litoral

No belo litoral, onde os arrecifes e o santuário das tartarugas atraem diversos visitantes, as lideranças da comunidade potiguara têm investido em experiências imersivas para apresentar a profundidade da cultura nativa, transmitida de geração em geração.

“[É fundamental] mostrar às pessoas a real importância de conhecer a cultura local. Ou seja, não apenas o que consta nos livros, mas também preservar o patrimônio existente para que as futuras gerações possam desfrutar plenamente deste território”, enfatiza Jakeline Potiguara, turismóloga e uma das guias da Rota dos Potiguara.

Durante um dos passeios oferecidos, Jakeline apresenta aos turistas a planta jaramataia, que nomeia a aldeia Tramataia. Além disso, ela conduz atividades enriquecedoras, como a aplicação de argila, a visita aos fascinantes arrecifes e a degustação de pratos típicos, a exemplo do saboroso caldo de aratu servido na quenga.

Artesanato Local Ganha Destaque Nacional

A experiência turística também abre um importante espaço para o artesanato habilidosamente produzido pelas famílias da região. Um exemplo notável é o artesão Curió, que transforma a resistente quenga de coco em copos, cuias, bules e outros utensílios, que atualmente circulam por todo o país. “Para se ter uma ideia”, conta Curió, “há uns três meses, enviei peças para Manaus, no Amazonas. O pessoal queria tomar açaí com a colherzinha feita aqui”.

Por outro lado, a artesã Mônica Macêdo mantém uma loja encantadora há três anos, expondo peças confeccionadas por ela, seu esposo e outros talentosos indígenas das aldeias locais. “Geralmente, os turistas vêm de passeio, principalmente da Barra de Mamanguape, e os barqueiros já os trazem diretamente para comprar o nosso artesanato”, explica Mônica.

Gastronomia Potiguara em Expansão

No setor gastronômico, a estratégia tem sido a estruturação de pequenos negócios com identidade local. A cozinheira Juliana Potiguara é um exemplo de sucesso. Ela viu o movimento de clientes crescer significativamente, a ponto de precisar ampliar seu restaurante. “Este lugar funciona há 10 anos. Era pequeno inicialmente, mas com o tempo nos organizamos e construímos um espaço maior. O turismo estava em constante crescimento, e percebemos a necessidade de expandir ainda mais. Atualmente, o negócio está prosperando”, relata Juliana com satisfação.

Protagonismo Indígena e Reconhecimento Nacional

Para especialistas na área, o modelo de turismo praticado no território potiguara se diferencia fundamentalmente por respeitar integralmente a decisão das comunidades sobre o tipo de turismo que desejam receber. “Nesse contexto, não é o professor de turismo, nem a agência de viagens que define o rumo.

Além dessa importante conquista, outro roteiro paraibano também integrou a lista: Encantos do Rio Paraíba.

Seu foco reside no turismo rural, religioso e cultural, abrangendo igrejas históricas, engenhos, feiras vibrantes e diversas manifestações populares. Ambos os roteiros se destacaram por seu significativo potencial de geração de renda para as comunidades locais e pela profunda valorização das identidades regionais.

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