G1
Brasileiros que presenciaram correria e ônibus incendiado na Irlanda relatam clima tenso após ataque anti-imigração
Protestos violentos aconteceram em Dublin como reação após um ataque raro perto de uma escola, na quinta-feira (23). 34 pessoas foram presas. Manifestantes queimam ônibus em Dublin, na Irlanda
Dois brasileiros que dividem uma casa em Dublin, capital da Irlanda, relataram momentos de tensão durante, e após, os protestos anti-imigração violentos que aconteceram no centro da cidade na noite da quinta-feira (23), em que um ônibus, um carro da polícia e um veículo do metrô foram incendiados.
A manifestação foi uma reação a um ataque raro no qual três crianças e dois adultos foram esfaqueados perto de uma escola. O ataque foi interrompido por um brasileiro que golpeou o agressor com um capacete. Nesta sexta-feira (24), a polícia irlandesa disse que 34 pessoas foram presas.
Larissa Keren é baiana, mas radicada na Paraíba. Ela e o goiano Fernando Nogueira moram no bairro de Templeogue, no sul de Dublin, mas estavam no Centro da cidade quando os ataques anti-imigrantes aconteceram.
“Foi bem assustador, na verdade, porque até então eu não sabia o que estava acontecendo. Quando percebi, estava no meio do furacão e só tive noção da gravidade quando um cara do outro lado da rua onde eu estava passando começou a ser espancado”, relatou Fernando, que é natural de Goiânia.
Larissa Keren e Fernando Nogueira dividem apartamento em um bairro no sul de Dublin, na Irlanda
Larissa Keren/Arquivo pessoal
Fernando Nogueira chegou a registrar ônibus queimando na ponte O’Connell, no Centro de Dublin, na Irlanda, durante atos anti-imigrantes
Fernando Nogueira/Arquivo pessoal
Fernando trabalha na parte norte da cidade, após o Rio Liffey, que divide a cidade. Normalmente ele usa o transporte público para voltar para casa, porém, na noite da quinta-feira, o ônibus em que ele estava parou na estação Connolly, antes do rio, pois o motorista informou que não conseguia seguir por causa das manifestações.
“Por causa disso eu precisei descer caminhando, e foi quando me deparei com as agressões, com muita fumaça, e gente correndo na avenida principal [O’Connell]. Quando eu cheguei do outro lado [do rio] foi que tive a visão geral de tudo: ônibus e carros pegando fogo, muita gente, muita quebradeira. Eu me senti acuado e então liguei para Larissa pra gente se encontrar e tentar voltar para casa”, contou Fernando.
Pessoas correm no Centro de Dublin após atos violentos anti-imigrantes na Irlanda, na noite da quinta-feira (23)
Fernando Nogueira/Arquivo pessoal
No momento em que os atos violentos começaram, Larissa estava em uma rua adjacente à O’Connell, onde aconteceu a confusão, também na parte norte da cidade. “Eu fiquei sabendo sobre o ataque perto da escola, mais cedo, mas as notícias eram de que a polícia tinha contido o agressor. Quando saí do trabalho, marquei de encontrar com outras brasileiras que trabalham aqui para trocar experiências em um restaurante no Centro”, disse.
“Eu cheguei mais cedo, fiquei andando pela rua e vi as pessoas correndo e a polícia passando, mas não achei que fosse nada demais, uma vez que é comum a gente ver policiais nas ruas à noite, só não me liguei que tinham policiais demais desta vez. Quando deu o horário, fui para o restaurante e enquanto a gente estava jantando, começaram a chegar, nos grupos e nas redes sociais, as imagens dos ataques na O’Connell. Quando vi que tinha ônibus pegando fogo, percebi que a coisa estava séria e foi quando Fernando me ligou para que a gente fosse para casa”, contou Larissa.
Segundo Larissa, a sensação de medo aumentou quando ela e Fernando perceberam que não estavam encontrando transporte para voltar para casa. “Quando eu saí do restaurante, estava uma agonia do lado de fora: todo mundo correndo, não tinha ônibus, ninguém sabia como ia voltar para casa. Tinha um engarrafamento na rua, o metrô estava parado e ninguém estava conseguindo pedir ou pegar um táxi”, disse.
Ainda de acordo com a brasileira, eles precisaram caminhar por várias ruas, enquanto os manifestantes seguiam realizando ataques pelo Centro. “Eu soube que eles atacaram um pub no caminho da ponte O’Connell e também uma boutique famosa aqui, mas não cheguei a ver isso. Conseguimos ir para uma parte afastada do Centro e foi quando conseguimos pegar um táxi”, contou.
Tensão pós-ataques
Larissa Keren é brasileira e mora em Dublin, na Irlanda, há cinco anos
Larissa Keren/Arquivo pessoal
Larissa Keren nasceu em Salvador, mas se mudou para a Paraíba aos 17 anos, junto com a família. Ela é formada em jornalismo, pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), e trabalhou por sete anos na TV Cabo Branco, afiliada da Globo, como repórter do ge.globo.com Paraíba. Há cinco anos ela deixou a emissora para estudar inglês na Irlanda, e atualmente trabalha em uma empresa que fornece assessoria para quem precisa de seguros. Em Dublin, ela passou também a integrar grupos de imigrantes brasileiros, nas redes sociais. Segundo ela, o clima de tensão aumentou após os ataques.
“Agora a cidade está calma, mas o clima fica. A gente vê nas redes sociais boatos de que irão acontecer novos protestos, então ficamos com medo. Eu não estou querendo sair de casa sozinha. Hoje fui ao trabalho acompanhada do meu ex-chefe, que é irlandês. Inclusive, ele relatou que apesar dos ataques anti-imigração de ontem, este não é o pensamento da maioria da população, me disse que ficasse calma pois muita gente é contra estes ataques xenofóbicos”, disse.
Já Fernando explicou que as pessoas estão apreensivas por medo de novos ataques. “A gente está bastante apreensivo do que pode acontecer nos próximos, mas a gente vai tentar se ajudar aqui compartilhando as informações nos grupos”, contou.
Fernando Nogueira é goiano e mora em Dublin, na Irlanda
Fernando Nogueira/Arquivo pessoal
Os grupos de imigrantes, segundo Larissa, funcionam como uma rede de apoio para os brasileiros que moram em Dublin. “Querendo ou não, quem se ajuda por aqui são as pessoas de nossa própria nacionalidade, a comunidade é grande e forte, e todo mundo se apoia para superar os desafios. O pessoal tenta se comunicar para não ficar sozinho, afinal a gente está em outro país”, explicou.
Apesar da apreensão, ela relata que não viu nenhum brasileiro desejar a vontade de sair do país por causa do ataque. “Esses ataques a estrangeiros já aconteceram outras vezes aqui, não na escala do que aconteceu ontem, mas mesmo assim, as pessoas que conheço só querem voltar para o Brasil, ou se mudar para outros países, por causa de mais oportunidades de emprego, e não por causa da xenofobia”, completou.
Larissa (de verde, à última da direita), e amigas no centro de Dublin, na Irlanda.
Larissa Keren/Arquivo pessoal
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G1
Mulher denuncia ter sido espancada por motoqueiro no trânsito de João Pessoa
Segundo a vítima, as agressões aconteceram após ela bater na moto. O motociclista utilizou um capacete e bateu nela até que a mulher desmaiasse. Luana Carvalho denunciou ter sido agredida com capacete por um motoqueiro, em João Pessoa
Reprodução/TV Cabo Branco
A personal trainer Luana Carvalho denunciou, nesta segunda-feira (2), que um motoqueiro agrediu ela com golpes de capacete na Avenida Beira Rio, em João Pessoa. As agressões ocorreram na noite deste domingo (1), quando a vítima parou em um semáforo e bateu na motocicleta.
Segundo a vítima, ela estava voltando para casa com a companheira, quando trancou um motociclista, mas se entenderam e ambos seguiram o caminho. No entanto, ela afirma que outro motoqueiro começou a perseguir o carro delas, até que pararam em um semáforo. O homem teria ultrapassado o veículo de Luana e parado na diagonal dela, bem próximo ao carro.
Enquanto o semáforo estava fechado, o motoqueiro teria ficado olhando para dentro do veículo em que estavam.
“Ele ficou olhando e eu perguntei: ‘O que foi?’. Eu não o conhecia, não tinha feito nada contra ele, e ele ficou só olhando para a minha cara. Quando o sinal abriu, eu buzinei, ele fingiu que ia sair na moto e freou. Aí, como eu estava muito próxima, porque ele colocou a moto muito perto, eu bati na moto dele. Foi quando ele caiu, se levantou enfurecido, quebrou o retrovisor do meu carro e dando chute no parachoque, que, inclusive, também quebrou”, afirmou Luana.
Segundo Luana, ela tentou acalmar o homem e desceu do veículo, mas o suspeito começou a agredir a vítima com o capacete até ela desmaiar. A personal trainer está com várias escoriações espalhadas pelo corpo, incluindo rosto, braços e pernas, e ainda precisou levar quatro pontos na cabeça.
Personal trainer precisou levar quatro pontos na cabeça após as agressões
Reprodução/TV Cabo Branco
“Foi quando eu baixei o vidro e pedi calma. Vi que ele não ia se acalmar e saí do carro. Quando eu fui saindo do carro, ele já veio pra cima de mim, me empurrando. Eu fui me defender, e ele me bateu com o capacete. Eu apaguei, e, na queda, eu voltei novamente, já estava no chão e ensanguentada, e ele já tinha se evadido do local”, afirmou a personal trainer.
No momento das agressões, Luana estava acompanhada de sua companheira, Geonava Silva. Ela também contou que o motoqueiro estava perseguindo o carro em que estavam e observava a todo momento quem estava dentro do veículo.
Geonava ainda relatou que, quando a personal trainer foi conversar com o motoqueiro, ele começou a agredi-la, apesar dos pedidos para se acalmar. Quando Geonava tentou ajudar a companheira, já a encontrou ensanguentada e desmaiada no chão.
“Eu fiquei em estado de choque porque a gente nunca espera, a gente sabe que um dia pode acontecer, mas não sabe quem está ali do lado dirigindo. Por um motivo tão banal, a gente podia ter resolvido na conversa, o cara chegou assim, tão agressivo. Não precisava daquilo, até porque a forma como ele provocou parecia que ele já estava intencionado a brigar com alguém”, afirmou Geovana Silva.
Ainda segundo Luana e Geonava, o motoqueiro amassou a placa do veículo com o intuito de não ser identificado e deixou o local.
“Estou impossibilitada de trabalhar, sou personal trainer e ganho aquilo que trabalho, e agora tô prejudicada por uma pessoa que acho que não tem noção das coisas”, afirmou Luana.
Vítima ficou com várias machucados pelo corpo
Reprodução/TV Cabo Branco
Acompanhada de um advogado, a vítima esteve na 10ª Delegacia Distrital de João Pessoa, em Tambaú, e registrou um boletim de ocorrência.
De acordo com o delegado Wergniaud Vaz, será instaurado um inquérito para investigar o caso, e também foram solicitados exames de agressão física. Além disso, serão pedidas imagens de câmeras de segurança da região, no intuito de identificar o autor das agressões.
“Eu tenho informação de que ele teria tentado esconder a placa para não ser identificado, mas vamos percorrer aquela região, que tem muitas câmeras, e vamos chegar a esse agressor”, afirmou o delegado.
O delegado afirmou que, após a identificação, o suspeito será intimado a comparecer na delegacia, e o homem poderá responder pelo crime de lesão corporal grave.
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G1
Programa Empreender PB oferta 300 vagas para empreendedores em busca de crédito
Inscrições devem ser realizadas até essa sexta-feira (6) ou até o preenchimento total das vagas. Economia e investimentos
Thinkstock
O programa Empreender PB vai abrir inscrições para 300 vagas para concessão de crédito orientado nesta quarta-feira (4), a partir das 8h. No total, o valor de investimentos para os empreendedores é de R$ 2, 4 milhões.
As vagas são destinadas exclusivamente para empreendedores de João Pessoa que queiram abrir ou ampliar um negócio já existente. As inscrições devem ser realizadas até essa sexta-feira (6) ou até o preenchimento total das vagas.
As seguintes linhas de crédito serão contempladas nas vagas disponíveis:
Empreender Pessoa Física
Empreender Juventudes
Empreender Profissional Liberal
Empreender Profissional Liberal Juventudes
Os empreendedores interessados devem ficar atentos ao horário da abertura das vagas, que será realizado exclusivamente pelo site do programa Empreender PB, através da aba de inscrições.
A equipe orienta aos interessados fazer a leitura do Edital, disponível no site, para verificar a documentação obrigatória de acordo com a linha de crédito.
Sobre o programa
O Empreender PB é um programa do Governo do Estado destinado a apoiar os empreendedores da Paraíba, disponibilizando financiamento de crédito (empréstimos) com taxas reduzidas de juros para pessoas físicas e jurídicas que desejam iniciar um negócio próprio ou ampliar um já existente.
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G1
Justiça volta a suspender obras do Parque da Cidade, em João Pessoa
Suspensão foi pedida pelo Instituto Protecionista SOS Animais e Plantas, que argumentou que os estudos apresentados pela prefeitura eram insuficientes para uma análise aprofundada dos impactos ambientais causados pela obra do Parque da Cidade. Espaço onde será construído o Parque da Cidade, no antigo Aeroclube, em João Pessoa
Sérgio Lucena/Divulgação
O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) voltou a suspender as obras do Parque da Cidade, em João Pessoa, nesta segunda-feira (2). A decisão de 1º Grau, agora revogada, permitia a continuidade das obras com base em estudos ambientais apresentados pela prefeitura de João Pessoa, como o Relatório Ambiental Simplificado (RAS) e o Plano de Controle Ambiental (PCA).
De acordo com o Instituto Protecionista SOS Animais e Plantas, responsável pelo pedido de suspensão da obra, os documentos do estudo ambiental realizado pela prefeitura seriam insuficientes para uma análise aprofundada dos impactos ambientais gerados pela construção, o que provocou a solicitação da suspensão imediata da obra até que seja realizado um Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
As obras do Parque da Cidade foram suspensas pelo juiz convocado Inácio Jairo.
A Procuradoria Geral do Município de João Pessoa disse que vai recorrer da decisão monocrática que suspendeu as obras do Parque da Cidade. Segundo o órgão, todos os estudos ambientais necessários para a execução da obra já foram apresentados nos autos.
A suspensão da obra
Segundo o juiz, a decisão anterior do tribunal já havia determinado a necessidade de um Estudo de Impacto Ambiental e não poderia ser desconsiderada pela magistrada responsável na instância inicial. O relator destacou que a decisão havia desrespeitado regras processuais e contrariava entendimento anterior da instância superior.
Além disso, o magistrado apontou a necessidade de prevalência de princípios como o da precaução, prevenção e o “in dubio pro natura”, que prioriza a natureza em favor de outros aspectos, além da relevância de proteger o meio ambiente diante de possíveis danos irreversíveis.
Por fim, o juiz Inácio Jairo concedeu o pedido de efeito suspensivo, o que suspende os efeitos da decisão que autorizava a continuidade das obras sem a realização do EIA.
“Defiro o pedido de efeito suspensivo pretendido, para obstar os efeitos da decisão de base que determinou a continuidade da obra em discussão, sem a observância da necessidade do Estudo de Impacto Ambiental, já definida em decisão anterior proferida nesta instância”.
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