G1
Empresário suspeito de golpe com hortaliças atraía investidores com promessa de ‘invenção mágica’
Preso na quarta-feira (7), Jucélio Pereira é suspeito de liderar um esquema que atraía investidores em cultivo de hidropônicos ao prometer lucros acima da realidade do mercado financeiro. Vítimas relatam prejuízos. Empresário Jucélio Pereira de Lacerda foi preso suspeito de atrair investimentos em hortaliças e dar golpe de mais de R$ 120 milhões
Hort Agreste Hidroponia/Divulgação
O empresário preso por suspeita de aplicar um golpe financeiro a partir do cultivo de hortaliças atraía investidores alegando ter uma ‘invenção mágica’ que aceleraria a forma como se produz na hidroponia. A informação foi relatada ao g1 por uma pessoa que investiu na empresa Hort Agrest. De acordo com a investigação, a ação de Jucélio Pereira de Lacerda pode ter gerado um prejuízo de mais de R$ 120 milhões nos últimos dois anos.
O investidor, que preferiu não se identificar, disse que o empresário prometia, além dos ganhos acima da realidade do mercado, a aplicação de uma descoberta de uma solução nutritiva inovadora que aumentaria a produtividade de forma bem mais rápida que o comum. A vítima investiu ao todo R$ 308 mil na empresa de Jucélio.
O empresário Jucélio Pereira é formado em química pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e, de acordo com a vítima, ele utilizava a formação para convencer as pessoas que tinha conhecimentos inovadores que poderiam aumentar a produção de hortaliças, tomates e outros vegetais.
“Jucélio é formado em química. Com isso, ele alegava que tinha descoberto uma forma de balanceamento químico para nutrir essas plantas de forma a ter resultados muito mais rápidos que outros produtores, que com isso ele conseguia acelerar o sistema produtivo e que por essa razão o lucro ele pagaria de forma tranquila”, relatou o investidor.
A Hort Agreste, empresa administrada por Jucélio, tinha como principal foco um sistema onde as plantas são cultivadas de forma elevada, sem contato com o solo, em bancada suspensa, recebendo sofisticado sistema de irrigação e com nutrição química. Esse processo é conhecido como hidroponia.
Segundo a vítima, era justamente no aspecto da nutrição química que Jucélio tentava convencer potenciais investidores, garantindo que a “descoberta química” garantiria o retorno financeiro prometido aos investidores.
“De fato ele (Jucélio) aparentava ter muito conhecimento sobre a hidroponia, da nutrição química da planta. Ele tinha todos os dados. Ele manipulava bem esses dados, fazendo cálculos na nossa frente, dos insumos, do custo para produção de cada bancada, ele conseguia facilmente enganar qualquer pessoa, porque tinha todo o domínio dos dados. Só que não sabíamos que aquilo era falso”, contou.
A vítima explica que essa dita invenção forneceria uma produtividade fora do comum para a Hort Agreste.
“A invenção mágica era a seguinte, ele afirmava ter conseguido uma fórmula de nutrição das plantas, que acelerava o processo produtivo. Ele afirmava que conseguia colher um pé de alface, por exemplo em 17 dias, enquanto outros produtores levavam 35 a 40 dias”, contou.
Vista de cima da plantação da Hort Agreste em Lagoa Seca
Reprodução/Hort Agreste
O g1 teve acesso ao contrato firmado entre a vítima e a Hort Agreste, além do Boletim de Ocorrência feito pela pessoa junto a Polícia Civil sobre os crimes que cometidos.
Nos documentos, o investimento de R$ 308 mil feito pela vítima foi pago de duas maneiras: à vista, por meio de transferência bancária, e pelo cartão de crédito, parcelado em várias vezes.
Inicialmente, o investidor aportou R$ 14 mil, no dia 6 de março, para construção de bancada hidropônica de pepino. Em contrapartida, por esse investimento, ele passou a receber R$ 1.000,00 por mês, o que corresponde a pouco mais de 7% do capital investido inicialmente.
Entre março e setembro do ano passado, outros investimentos foram feitos pela vítima, para produção de 30 bancadas de pepino e 28 bancadas de tomate. Durante esse período, foram realizadas cinco transferências bancárias, no período de março/2023 a junho/2023, totalizando R$ 118 mil.
Pelo cartão de crédito, o investidor fez nove compras junto a Hort Agreste, que totalizaram R$ 190 mil. Os pagamentos dos rendimentos de 10% prometidos nas bancadas foram feitos até 11 de novembro de 2023 e posteriormente os valores devidos não foram depositados pela empresa de Jucélio Pereira.
Por conta da suspensão dos pagamentos, a vítima relatou que não vai conseguir pagar as parcelas dos próprios investimentos parcelados no cartão.
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‘Não parecia esquema de pirâmide’
Plantação da Horti agreste ficava localizada em um sítio na cidade de Lagoa Seca
Reprodução
Sobre a forma como conheceu a Hort Agreste, o investidor ouvido pelo g1 disse que a ação de Jucélio “não parecia um esquema de pirâmide”, por diversos fatores. A Polícia Civil investiga o caso como estelionato qualificado e formação de quadrilha.
O g1 não conseguiu localizar a defesa do suspeito. O processo está em segredo de justiça.
“Eram amigos que indicavam outros amigos, mas ninguém que indicava ganhava alguma coisa pela entrada de novos investidores. Por isso que não parecia pirâmide, porque tinha um produto, uma estrutura, os sítios são reais, as estufas são reais, tudo bem montado. Só que essa estrutura não paga um rendimento tão alto de 10%, nunca se comprovou isso”, disse a vítima.
O investidor conta que devido às promessas de altos lucros e a estrutura que a empresa apresentava, chegou a fazer vários empréstimos com bancos para conseguir aportar mais dinheiro na Hort Agreste. O que, segundo ele, vai fazer com que perca o carro, por não conseguir pagar os valores do financiamento, dado o tamanho das dívidas.
“Eu fiz empréstimos. Só um empréstimo que fiz foi de R$ 85 mil. Peguei meu carro, no valor de R$ 40 mil, coloquei ele como garantia para outro empréstimo no mesmo valor. Vou perder o carro, porque não consigo pagar as parcelas. O banco vai acabar entrando com busca e apreensão, porque não tenho condições de pagar. Eu investi o que tinha e o que não tinha, agora vou ficar sem carro, vou ficar devendo o cartão de crédito. Foi uma pancada gigantesca”, disse.
Outras vítimas
Também para a reportagem do g1, um ex-funcionário da empresa de hidroponia Hort Agreste, relatou que investiu R$ 190 mil em aplicações junto a empresa em que trabalhou.
De acordo com João Vicente Neto, ele entrou na Hort Agreste como um funcionário e posteriormente acabou virando um investidor, graças a influência do dono Jucélio Pereira Lacerda.
De acordo com o relato da vítima, o empresário prometia lucros exorbitantes e que o processo de hidroponia, utilizado na produção de diversos vegetais, seria altamente rentável.
“Perdi R$ 190 mil, sendo 40 mil em fevereiro, mais 30 mil em julho e 10 mil em outubro. Meu investimento total foi de R$ 190 mil”, destacou.
Os valores investidos por João Vicente eram correspondentes a dois tipos de investimentos em produtos da empresa, as chamadas bancadas de tomate, categorizadas em tipo 1 e 2.
Segundo a denúncia, foram prometidos rendimentos mensais de 7% para os valores investidos na bancada de Tomate Tipo 1 durante 12 meses e 10% para Tomate Tipo 2 durante 24 meses. Após os prazos informados, o investidor teria acesso ao percentual de 30% a título de participação nos lucros.
A vítima, João Vicente, alega que investiu e realizou esses pagamentos conforme firmado no contrato, mas desde o dia 15 de novembro deixou de receber seus rendimentos.
Além disso, o empresário teria apresentado ao investidor um laudo que supostamente comprovaria a praga que acometeu os tomates.
De acordo com as investigações, a fraude cometida pelo suspeito pode ter causado um prejuízo de mais de R$ 120 milhões nos últimos dois anos.
O investigado foi preso por força de um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça. Jucélio estava preso em Lagoa Seca, mas após audiência de custódia realizada nesta quinta-feira (8), onde a prisão foi mantida, ele foi transferido para o Presídio Padrão de Campina Grande. Como o mandado de prisão é respectivo a comarca de João Pessoa, existe a possibilidade dele ser transferido mais uma vez, dessa vez para um presídio da capital nos próximos dias.
*Sob supervisão de Jhonathan Oliveira
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Cantor Felupe é preso após ser flagrado dirigindo embriagado e com arma em carro
Segundo a PM, além de sinais de embriaguez e ter uma arma no carro, cantor estava sem carteira de habilitação. Cantor Felupe é uma das vozes do hit “Parecia Tempestade”, que fez sucesso no TikTok em 2023
Reprodução/Redes sociais
O cantor paraibano Felupe foi preso por porte ilegal de arma e por dirigir embriagado na madrugada deste sábado (11), em João Pessoa. A prisão aconteceu em uma abordagem da Polícia Militar no bairro José Américo. O cantor estava com uma arma de fogo e munições, e também estava sem habilitação.
O g1 entrou em contato com a assessoria do cantor, que afirmou que a arma encontrada pela Polícia não estava com o cantor, e sim no carro em que ele estava. Segundo a assessoria, uma nota detalhada sobre o caso será divulgada neste domingo (12).
De acordo com o Fórum Criminal de João Pessoa, o cantor passou por audiência de custódia neste sábado (11) e teve prisão mantida por receptação e porte ilegal de arma. O cantor foi encaminhado para o Presídio do Roger.
O cantor Felupe já havia sido preso por porte ilegal de armas em fevereiro do ano passado, quando foi encontrado com mais duas outras pessoas portando uma espingarda calibre 12, um revólver 38, duas pistolas e uma pistola semiautomática. Na ocasião, ele foi solto após pagar fiança.
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Da lavoura ao mercado de luxo, algodão colorido da PB promove inovação e valorização local
Fibra sustentável do Nordeste chega às passarelas globais e impulsiona a economia paraibana. Algodão colorido da Paraíba ganha destaque na moda
O algodão colorido orgânico da Paraíba, especialmente cultivado no Agreste do estado, vem ganhando destaque no cenário internacional da moda. Reconhecido por sua sustentabilidade e inovação, o material tem se consolidado como uma das fibras mais promissoras do Brasil. Mais do que um simples produto, ele representa a transformação da economia rural e industrial da região, projetando a cultura paraibana para o mundo.
O ciclo produtivo começa no campo, com o cultivo orgânico em municípios como Ingá, e segue para o descaroçamento, que ganhou eficiência com a instalação de uma nova máquina em 2023. “Ela [a máquina] tem a capacidade de descaroçar 4 mil kg de ramos por hora. A cada 25 minutos sai um fardo de mais ou menos 200 kg”, explica Nathália Lima, gerente de uma cooperativa local.
Em João Pessoa, os fardos chegam ao Instituto Senai de Tecnologia Têxtil e Confecção, onde a fibra é transformada em fios e tecidos. O instituto, além de cuidar da produção, investe em inovação e na formação de profissionais.
“Nós trabalhamos, aqui no Senai, o processo da fiação, malharia e tecelagem. Também estamos voltando pra uma tendência educacional, onde a gente pode oferecer cursos na área para formação de novos operadores têxteis”, comenta Mayane Ramos, coordenadora do Instituto.
Algodão colorido é produzido na Paraíba
Érica Ribeiro/G1
Inovação e reconhecimento internacional
A inovação é um dos pilares do algodão colorido paraibano. Além dos fios tradicionais, estão sendo desenvolvidos materiais com resíduos de seda e linho, proporcionando um diferencial competitivo no mercado. O resultado é de peças com caimento diferenciado, que ganharam espaço em desfiles de luxo, como o mais recente, na Itália, em 2024.
Peças são usadas em desfiles internacionais.
Reprodução / TV Cabo Branco
Empresária que comemora 20 anos à frente de uma marca especializada no uso dessa fibra, Francisca Vieira, destaca os desafios enfrentados para atingir esse patamar.
“Tem investimentos enormes aqui. Para desenvolver esses fios que a gente vê nos looks, foi investido em torno de R$ 1,5 milhão. Tudo isso é inovação”, explica.
Mas o impacto do algodão colorido vai muito além da moda. Além de revolucionar o setor, ele está transformando a realidade de comunidades rurais e promovendo a valorização da mão de obra local. Francisca também enfatiza o papel fundamental da educação e do empoderamento dessas comunidades.
“A gente ensinou: ‘não trabalhe pra ninguém sem marcar hora’. É o mínimo que se pode fazer para preservar a mão de obra”, ressalta.
Roupas de crianças são feitas de algodão colorido
Krystine Carneiro/G1
Essa valorização também se reflete no processo de certificação orgânica do algodão, que atesta sua procedência e garante acesso a mercados internacionais. Atualmente, 40 hectares em Ingá são destinados ao cultivo de algodão branco, mas a expectativa é que, até 2025, o plantio de variedades coloridas, como o tipo rubi, ganhe espaço.
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Aprenda receita de ensopado de camarão no Chef JPB
Neste sábado (9), o chef João Nonino junto com a jornalista Karine Tenório ensinam a fazer a receita de ensopado de camarão. Chef João Nonino junto com a jornalista Karine Tenório ensinam a fazer ensopado de camarão no Chef JPB
TV Cabo Branco/reprodução
O Chef JPB deste sábado (9) ensina como preparar uma receita de ensopado de camarão para arrasar neste verão. A receita foi ensinada pelo chef João Nonino junto com a jornalista Karine Tenório.
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O ensopado de camarão deve ser servido quente acompanhado de arroz branco ou pão rústico.
Ingredientes
Para a base da receita
1 pimentão vermelho
Meio pimentão amarelo
2und cebola roxa
300ml leite de coco
50g de coentro
1und pimenta dedo de moça
2und tomate salada
Finalização do ensopado
1/2und de tomate salada cortado em cubos pequenos
1/3und de cebola branca cortada em cubos pequenos
1und de dente de alho bem picado (ou pasta de alho)
10g Salsinha fresca picada
300g de camarão filé cinza 61/70
10ml de azeite extra virgem
20g de manteiga sem sal
1und pimenta de cheiro
Ingredientes do ensopado de camarão
TV Cabo Branco/reprodução
Modo de preparo
Base do Ensopado
Para iniciar a receita, em um liquidificador, adicione o pimentão vermelho, o pimentão amarelo, as cebolas roxas, o leite de coco, o coentro, a pimenta dedo-de-moça e os tomates salada. Bata até obter um creme homogêneo.
Transfira o creme para uma panela grande e leve ao fogo médio. Deixe cozinhar por cerca de 30 minutos, mexendo ocasionalmente, até que o caldo reduza e fique mais encorpado. Reserve.
Preparação do Camarão
Tempere os camarões com sal e pimenta-do-reino a gosto. Em outra panela, aqueça o azeite e a manteiga em fogo médio. Adicione a pimenta de cheiro inteira e deixe perfumar o óleo por cerca de 1 minuto.
Em seguida, retire a pimenta de cheiro para evitar que fique amarga. Acrescente os camarões à panela e cozinhe por cerca de um minuto, mexendo levemente, até que estejam rosados e no ponto certo.
Finalização do Ensopado
Adicione a base previamente preparada à panela com os camarões e misture bem. Reduza o fogo para baixo e deixe cozinhar por mais 5 minutos, permitindo que os sabores se integrem.
Finalize com o tomate salada e a cebola branca cortados em cubos pequenos, o alho picado e a salsinha fresca. Mexa delicadamente e ajuste o sal, se necessário.
Sirva quente acompanhado de arroz branco ou pão rústico.
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