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Entenda como funciona a disputa pela guarda de pets

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Entenda como funciona a disputa pela guarda de pets

Advogado conta que não existe uma legislação específica voltada para a guarda de animais de estimação e o que acontece é uma manobra de “analogia” em leis que se aplicam em casos de guardas de crianças. Especialista explica como funciona a guarda de animais
Foto: senivpetro/Freepik
O caso de disputa entre ex-companheiros pela guarda da cadela Cherie ganhou repercussão nos últimos dias. Com isso, o g1 conversou com um advogado especialista em Direito Civil e Direito de Família e sucessões, para entender como a Justiça procede em casos semelhantes ao da cadela que foi levada de Brasília e foi encontrada em João Pessoa.
O advogado Genesis Honorato explicou que não existe uma legislação específica voltada para a guarda de animais de estimação e que os tribunais costumam fazer uma “analogia” com leis que se aplicam à guarda de humanos para os casos de disputa por animais. Entenda abaixo.
Sem legislação específica para animais
Projeto de lei 1806/2023 tramita na Câmara dos Deputados
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O advogado Genesis Honorato, que trabalha com Direito de Família e Sucessões, comenta que essa lacuna na lei tem como origem a noção de que a questão de guarda está restrita às relações entre pais e filhos, entendimento que não contempla os pets. No entanto, já há projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que visa mudar isso.
“Hoje existe uma lacuna legislativa, isso porque a guarda é um instituto relacionado ao poder familiar, que é restrito à relação entre pais e filhos. Atualmente, há projeto de lei em trâmite para tratar da situação de guarda compartilhada de animais. É o projeto de lei 1806/2023”, explica.
Com isso, os juízes e tribunais que se deparam com situações de disputa pela guarda de um animal, fazem uma analogia com a lei vigente sobre a guarda de pessoas, como destaca Genesis.
“O que existe é um tratamento por analogia das normas que nós temos da guarda compartilhada na relação entre pais e filhos e sendo aplicada aos animais, por analogia”, disse.
Quando o advogado fala em analogia, ele se refere ao procedimento adotado por juristas e tribunais que aplicam as regras e entendimentos previstos para disputas ou compartilhamento de guarda de crianças, usado em disputas por animais.
E como fica a guarda do animal em caso de desentendimento?
Especialista explica como fica a guarda do animal em caso de desentendimento com dos tutores
Freepik/Reprodução
Em um caso como o de Cherie, que ficou no meio de uma disputa entre dois ex-companheiros, como a lei é aplicada por analogia, o entendimento é de que o bem-estar do animal esteja em primeiro lugar, assim como no caso com humanos, observando a convivência do animal com ambos os tutores, para preservar esse princípio.
“Em situação de separação, em um cenário que não há acordo, podemos aplicar por analogia a lei, sendo que no direito brasileiro, a guarda compartilhada é a mais indicada, mas o que é importante observar é a convivência dos tutores com o animal com o fim de assegurar o bem-estar dele”, contou.
Também de acordo com o advogado especialista, há uma série de regulamentações prévias sobre os direitos dos animais, que têm justamente essa característica, de preservar o bem-estar, como o Código Paraibano de Direitos dos Animais.
“Toda a construção do código, toda a legislação protetiva dos animais que temos hoje, é voltada justamente para o bem-estar do animal, então quando pensamos em uma forma de convivência do animal com os seus tutores, que estão se separando, o indicado é sempre pensar no melhor formato para preservar o bem-estar do animal”, destacou.
Mas, assim como no caso de Cherie, que os tutores que estão em disputa pela guarda dela moram longe um do outro, poderá ser estabelecido períodos de convivência com o animal para ambas as partes, entre outras soluções.
“Vai poder ser estabelecido um período de convivência entre os tutores, direitos de visita, por exemplo, e outras soluções mais adequadas, como a guarda alternada, que é um instituto existente no direito brasileiro”, contou.
O advogado ainda destacou que existem decisões do Tribunal de Justiça de São Paulo em casos semelhantes de disputa por animais, que definiram direitos de visita de um dos tutores com objetivo de manter contato com os animais de estimação. No entanto, a resolução depende das especificidades de cada caso, como já foi destacado.
O ideal são acordos prévios
Advogado explica que melhor saída são os acordos prévios para evitar desavenças futuras
Mandel Ngan/AFP
Como forma de evitar futuros possíveis problemas em relação à disputa por guarda de animais, o advogado recomendou que se faça acordos fixados em cartórios para definir a guarda, já que essa é uma saída viável pelo ordenamento jurídico brasileiro.
“É possível sim que os tutores celebrem um acordo em cartório. E isso é até interessante, porque firma um comprometimento de cada um perante um oficial público, fazendo com que eles se empenhassem em cumprir, por exemplo, um período de visitas. Isso pode ser estabelecido”, disse.
Além disso, Genesis também destaca que esse acordo pode ser feito já no momento de adoção dos animais, e que alguns documentos, como o RG do Pet, que não tem valor oficial, podem ajudar na disputa pela guarda em algum momento no futuro.
“Hoje é interessante porque nós temos, inclusive, leis municipais e institutos que permitem registrar o animal, que criaram o RG do animal, em que é identificado o nome do pet, os nomes dos tutores, um número de identificação. Então é possível já prever ali os tutores e estabelecer a forma de convivência com eles”, ressaltou.
Caso Cherie
Cachorra Cherry após ser resgatada em João Pessoa, na Paraíba.
Divulgação/Polícia Federal
Cherie é uma cadela da raça yorkshire, que está sendo disputada pelos tutores Josinaldo e Stephane. No dia 10 de dezembro, câmeras de segurança flagraram quando Josinaldo aparece pegando o animal que estava com o atual companheiro da ex, em frente a um condomínio residencial em Brasília.
As imagens também mostram que, em seguida, o tutor atual puxou a cadela e imobilizou o suspeito. No entanto, um outro homem chegou perto e o tutor soltou o suspeito, que correu com a cadela no colo.
Após o episódio, Josinaldo fez uma escala no aeroporto de João Pessoa antes de ir para o Rio Grande do Norte, onde mora, foi nesse momento em que a polícia encontrou ele com a cachorra e o abordou. Depois disso, a cadela foi conduzida de volta para a capital federal. (Veja abaixo o momento em que ela reencontra Stephane)
Tutora reencontra cadela no Sudoeste, em Brasília
Na versão de Josinaldo, ele não “roubou” Cherie, porque ele é o verdadeiro tutor. Stephane garante que é a verdadeira responsável, e pediu medidas restritivas contra o ex-companheiro, baseada na Lei Maria da Penha.
Ainda nas versões diferentes do ex-casal, o auditor fiscal disse que meses antes de ir a Brasília para pegar a cadela, Stephane foi para Caicó, onde ele mora, para pegar o animal, que teria ficado sob responsabilidade dele durante 6 anos após o término do relacionamento entre eles. Stephane diz que a cadela foi adotada quando os dois não estavam mais juntos e apresentou para a polícia documentos de compra do animal.
Em contrapartida, Josinaldo apresenta outros documentos, que mostra várias entradas do animal em pet shops da cidade dele durante os últimos anos e também diz que arcou com todas as despesas de Cherry.
A Polícia Civil de Brasília investiga o caso.
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Boate é interditada por falta de licença ambiental nos Bancários, em João Pessoa

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Além da interdição do estabelecimento, moradores da região reclamavam de barulhos e insegurança. Casa de shows é interditada por falta de licença ambiental nos Bancários, em João Pessoa
Reprodução/TV Cabo Branco
Uma boate foi interditada pela Prefeitura de João Pessoa nesta quarta-feira (20) por não apresentar a licença ambiental para funcionar, requisito necessário para esse tipo de estabelecimento.
A boate fica localizada na Rua Walfredo Macedo Brandão, principal do bairro dos Bancários. Recentemente, moradores da região reclamaram sobre a violência na área, que teve, além de barulhos, tiros foram registrados próximos ao local.
No mesmo dia em que os tiros foram registrados na região, na última segunda-feira (18), Amanda dos Santos Barbosa, de 24 anos, estava na casa de shows e, após sair do local, morreu depois de perder o equilíbrio e cair do carro em que estava ao lado de outras amigas. Ela chegou a ser socorrida e levada para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, mas morreu na unidade hospitalar.
A administração da casa boate Casarão Sul foi procurada pela produção da TV Cabo Branco, mas um posicionamento do estabelecimento não foi divulgado até a última atualização desta notícia.
Prefeitura de João Pessoa interdita boate nos Bancários
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Polícia encontra em Monteiro carro usado na fuga por suspeito de feminicídio em João Pessoa

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Suspeito teria fugido para Monteiro, no Cariri, e a polícia conseguiu localizar o veículo utilizado na fuga. Ele ainda está foragido por matar mulher em João Pessoa, na terça (19). Carro utilizado na fuga por suspeito de matar mulher em Gramame, em João Pessoa, foi encontrado em Monteiro
Divulgação/Polícia Civil
O carro utilizado na fuga do suspeito de matar a facadas uma mulher identificada como Hailie Vitória Barbosa da Silva, de 20 anos, foi encontrado nesta quarta-feira (20) na zona rural de Monteiro, no Cariri da Paraíba. De acordo com a Polícia Civil, o veículo foi encontrado numa residência, na região do sítio Morcego, que pertence ao suspeito.
Segundo o delegado Gilson Duarte, as investigações da Polícia Civil apontaram que o suspeito seria natural de Monteiro e que ele teria familiares na região. Foi realizada uma incursão, com a finalidade de prender o suspeito, mas ele conseguiu fugir.
Na operação policial, foram apreendidos alguns objetos que pertencem ao suspeito, como documentos e celular, além do veículo utilizado na fuga dele de João Pessoa para Monteiro.
A Polícia Civil ainda está realizando diligências na região para localizar e prender o suspeito.
Imagens de câmera de segurança mostram suspeito dentro do apartamento da vítima
TV Cabo Branco/Reprodução
Relembre o caso
Vítima de feminicídio em Gramame, João Pessoa
Arquivo Pessoal
Hailie Vitória Barbosa da Silva, de 20 anos de idade, foi assassinada com duas facadas no tórax na madrugada de terça-feira (19) em Gramame, bairro da zona sul de João Pessoa. A Polícia Civil da Paraíba investiga o caso e a suspeita é de feminicídio.
Hailie Vitória Barbosa da Silva estava dentro de seu apartamento quando foi esfaqueada e foi encontrada dentro do banheiro. A faca usada no crime foi localizada jogada no chão da cozinha do imóvel.
A vítima foi resgatada ainda com vida durante a madrugada por uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e levada para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. Ela deu entrada na unidade hospitalar em estado gravíssimo, mas teve o óbito confirmado por volta de 7h45 do mesmo dia do crime.
Vítima de feminicídio ocorrido em Gramame, em JP, será enterrada em Olinda (PE)
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Mulher é presa suspeita de aplicar golpes em agricultores para usar dinheiro em jogos eletrônicos, na PB

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Suspeita aplicava golpes em agricultores de Piancó oferecendo cisternas pelo governo, fazia empréstimos em nome das vítimas e utilizava o dinheiro para jogar em jogos eletrônicos. Delegacia de Piancó, PB
TV Paraíba/Reprodução
Uma mulher de 25 anos foi presa suspeita de praticar estelionato contra agricultores na zona rural de Piancó, no Sertão da Paraíba. Segundo a Polícia Civil, a suspeita teria feito pelo menos 14 vítimas, aplicando golpes que geraram prejuízo superior a R$ 100 mil.
A Polícia Civil informou que tomou conhecimento da situação em outubro deste ano, quando várias pessoas foram enganadas pela suspeita em duas localidades da zona rural do município de Piancó, nos sítios Brotas e Volta.
Segundo as vítimas, a suspeita tinha confiança entre as vítimas e se aproveitou disso para recolher os documentos que, segundo a suspeita, seria para um cadastro do governo para eles obterem cisternas gratuitamente. A ação aconteceu nos meses de abril e maio deste ano, porém só tiveram conhecimento em outubro.
14 vítimas compareceram à delegacia de Piancó para denunciar as atitudes da mulher de 25 anos e o prejuízo é de cerca de R$ 102,1 mil. Foi expedido um mandado de prisão preventiva e sequestro de bens e valores e a mulher foi presa na terça-feira (19), no bairro Ouro Branco, em Piancó.
Durante interrogatório na delegacia, a suspeita assumiu ter praticado os golpes e relatou que fez isso para obter dinheiro para jogar em jogos eletrônicos de azar, como o “jogo do tigrinho”.
“Ela chegava no sítio, mas também teve casos na área urbana de Piancó, falava sobre uma cisterna que ela estaria fazendo um cadastro para o governo e obter essa cisterna gratuitamente. Depois disso ela recolhia os documentos e fazia o cadastro em um determinado banco para obter empréstimos e microcrédito. Ela falou que utilizava o dinheiro para jogar o ‘jogo do tigrinho’”, explicou o delegado Lucas Rothardand.
Além da prisão da mulher, também foram bloqueados bens e valores de suas contas para garantir o ressarcimento das vítimas, e agora está disponível para a Justiça. Após passar por audiência de custódia, ela foi encaminhada para Patos, também no Sertão, onde está presa e aguardando pelos procedimentos judiciais.
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