G1
UFCG lidera ranking de patentes e coloca a Paraíba como 2º estado com mais depósitos por universidades
Instituição por si só lidera a lista entre todas as instituições de ensino superior do país. Pesquisas são realizadas no Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste (CertBio)
Reprodução/TV Paraíba
A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) é um reduto de avanços científicos e tecnológicos. Fundada em 1955, a instituição tem sido destaque no cenário acadêmico nacional. Em 2023, a UFCG colocou a Paraíba entre os estados que mais fizeram depósitos de patentes, conforme o Ranking Nacional de Depositantes Residentes de Patentes de Invenção. A instituição por si só lidera a lista entre todas as instituições de ensino superior do país.
Um dos pilares que torna a UFCG um parque tecnológico entre os estudos acadêmicos é a importância que os laboratórios de pesquisa conquistaram ao longo do tempo, com infraestrutura avançada para a realização de experimentos e estudos em diversas áreas.
Grupo pesquisa substância para tratamento de ansiedade e depressão
É o caso do Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste (CertBio), que realiza diversas pesquisas pioneiras relacionadas à saúde humana. Uma delas, com a psilocibina: uma substância encontrada no “cogumelo mágico” que tem o poder de substituir a cannabis no tratamento de doenças relacionadas à saúde mental, como ansiedade e depressão. No entanto, de acordo com o pesquisador Marcus Lia Fook, o risco da psilocibina causar dependência é muito baixo, enquanto que o da cannabis é moderado.
“Essa pesquisa é fruto de uma história de quase 20 anos, quando começamos a desenvolver pesquisas em materiais de uso em saúde em biomateriais. É um desafio mundial. O mundo quer ter essa substância porque trata das doenças emocionais”, revela o pesquisador.
A psilocibina é um composto presente em cogumelos alucinógenos
Getty Images/BBC
Ele explica que a substância age de forma semelhante ao hormônio do humor, a serotonina e, por isso, pode ser uma opção de tratamento para doenças de saúde mental. “Trata-se de uma planta que é proibida no Brasil, nós temos que importar. Pedimos em projeto agora a autorização e apoio para cultivarmos essa planta no Brasil”, detalha Marcus Fook sobre o andamento do projeto.
O CertBio é o único laboratório no Brasil autorizado pela Anvisa a identificar, quantificar e manipular a psilocibina. O pesquisador Lucas Cordeiro, engenheiro de materiais, detalha as etapas de extração da substância, com o objetivo de, a partir da matéria-prima, obter o produto final.
“A nossa matéria-prima, que é o cogumelo, passa pelo processo de desidratação e, por processos físicos, a gente consegue fazer com que esse cogumelo tenha uma granulometria muito menor para que a gente obtenha um pó. Com esse pó, nós vamos fazer os processos químicos, para que a gente consiga fazer a extração das substâncias de interesse. Então, as demais substâncias que não são do nosso interesse a gente retira, obtém esse pó enriquecido com a nossa substância de interesse e, com isso, a gente consegue fazer os processos de identificação e quantificação, seguindo o que a legislação dada pela Anvisa pré-estabelece para essas substâncias serem utilizadas como fármacos ou profármacos”, detalha o pesquisador.
Com isso, a pesquisa tem a capacidade de desenvolver um produto que seja possível aplicar em algum ser humano como medicamento.
Psilocibina x Cannabis
A substância tem efeito semelhante ao da cannabis, quando administrado no mesmo público previsto. A grande diferença, conforme explica Marcus Fooks, está na dependência e no uso letal. Para levar alguém a óbito, as doses precisam ser extremamente elevadas. Vejamos um exemplo descrito pelo pesquisador:
Para a psilocibina ser letal, é preciso ingerir uma dose 1.000 vezes maior que o recomendado;
Para a cannabis ser letal, também é preciso ingerir uma dose 1.000 vezes maior que o recomendado;
Para o álcool ser letal, a dose ingerida precisa ser, apenas, 100 vezes maior que o limite recomendado.
A diferença da psilocibina para a cannabis, no entanto, vai estar no nível de dependência. De acordo com Marcus Fook, o risco da psilocibina causar dependência é muito baixo, enquanto que o da cannabis é moderado.
A pesquisa ainda está em fase de testes, mas os pesquisadores já elaboram um dossiê técnico para pedir o depósito de patente.
Para Marcus Fook, desenvolver pesquisas como essa, entre tantas outras que fazem parte do CertBio, é uma forma de retornar à sociedade todo o conhecimento adquirido até aqui. “Somos uma universidade pública com um papel social importante para esse país, do ponto de vista social e econômico. Nos satisfaz, mas também temos a alegria de dizer que estamos atuando e servindo como servidores públicos, dando reconhecimento à UFCG”, frisa o pesquisador Marcus Fook.
Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste (CertBio)
Reprodução/TV Paraíba
Números reforçam a história
Pesquisas como essa ganham uma projeção ainda maior quando conseguem essa patente. E esse é o caminho de uma história já consolidada pela Paraíba, especialmente pela UFCG.
O Ranking Nacional de Patentes, divulgado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), coloca a UFCG no topo entre todas as instituições de ensino superior do país. Em 223, foram mais de 100 depósitos, 60 a mais que em 2022.
O Núcleo de Dados da Rede Paraíba de Comunicação analisou o ranking e identificou que a Paraíba é o segundo estado do país com mais depósitos de patentes por universidades. Ao todo, 142 registros foram feitos ano passado, partindo não só da UFCG, mas também da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O estado fica atrás apenas de Minas Gerais, que obteve 148 depósitos em 2023.
“A gente entra com o pedido no depósito de patentes, só que o pedido dura, em média, dez anos, é um tempo longo. E durante esse período pode ocorrer a transferência de tecnologia, ou seja, a gente tem um produto que conseguiu comprovar e a gente transfere essa propriedade para uma empresa, porque como somos uma universidade pública, não produzimos, então a gente transfere essa tecnologia. É chamada transferência de tecnologia, onde a gente antes tinha responsabilidade por essa patente e passa a ser posteriormente de uma empresa. O motivo do depósito da patente é proteger nossa invenção, mas acima de tudo é que essa invenção chegue ao comércio, chegue a quem mais precisa”, enfatiza Wladmir Souza, pesquisador do CertBio.
UEPB sobe no ranking
Em 2022, a UEPB ficou na 48ª posição, mas ano passado a instituição subiu de colocação, atingindo a 34ª posição, com o depósito de 17 patentes de invenção. Entre elas, está o projeto liderado pela pesquisadora Kaline Araújo, sobre a papaína, substância que possui ação cicatrizante, antimicrobiana e anti-inflamatória.
“A gente utilizou um argilomineral sintético junto com enzima, que é a papaína, extraída a partir do látex de um mamão, com o intuito de aplicar esse sistema na pele dos pacientes e proporcionar atividade cicatrizante, atividade antimicrobiana e com isso melhorar lesões cutâneas”, explica Kaline.
Projeto liderado pela pesquisadora Kaline Araújo é sobre a papaína, substância que possui ação cicatrizante, antimicrobiana e anti-inflamatória.
Reprodução/TV Paraíba
Os principais beneficiados com esse tipo de tratamento são pessoas que naturalmente convivem com lesões, como lesões diabéticas. “Eles poderiam utilizar esse tipo de tratamento. Assim como pessoas acamadas, geralmente pessoas que ficam muitos dias internadas em hospitais e acabam desenvolvendo úlceras, que poderiam estar sendo tratadas com esse filme polimérico”, detalha a pesquisadora.
Para o professor Bolívar Damasceno, coordenador do Laboratório de Farmácia da UEPB, onde a pesquisa com a papaína é desenvolvida, é gratificante saber que a pesquisa tem potencial para chegar ao mercado farmacêutico. “É sempre nosso objetivo desenvolver um produto para que o paciente possa utilizar. E a gente aqui no nosso laboratório, juntamente com incentivos da nossa coordenadoria de inovação, temos desenvolvido sistemas e conseguido proteger para gerar recursos para a própria instituição”, reforça.
O caminho das patentes precisa de muitos passos para que haja a sua consolidação. E para que o depósito da patente seja confirmado, é fundamental que a pesquisa ou a criação traga alguma contribuição inédita não só para a ciência, mas principalmente para a sociedade. É o que explica o pesquisador do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Armando Mendes.
“A patente é um ramo do direito chamado de propriedade industrial. A patente tem que ser solicitada mediante uma expectativa de comercialização, de industrialização daquele produto ou processo. A patente, obrigatoriamente, tem que ter um produto que pode ser utilizado pela indústria ou um processo utilizado pela indústria”, explica Armando Mendes.
No processo final, portanto, a patente protege a capacidade intelectual do inventor e retorna para a sociedade como um instrumento de renovação.
*Reportagem realiza pela TV Paraíba em parceria com o Núcleo de Dados da Rede Paraíba de Comunicação
Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba
G1
Justiça reduz penas dos três sócios da Fiji Solutions condenados por fraudes contra o sistema financeiro
Decisão foi proferida por desembargadores do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5). Bueno Aires José Soares de Souza, sócio da Fiji Solutions
Reprodução/TV Cabo Branco
Os três sócios do “grupo Fiji”, que inclui a empresa Fiji Solutions, tiveram penas reduzidas por decisão de desembargadores do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-F), no caso em que são condenados por fraudes contra o sistema financeiro e, segundo a Justiça, terem oferecido contratos de investimentos coletivos sem registro na Comissão de Valores Mobiliários. Sediada em Campina Grande, a empresa era investigada pela Polícia Federal por captar recursos de clientes, prometendo pagamentos expressivos por meio de operações de compra e venda de criptomoedas. A decisão foi emitida nesta quarta-feira (2).
O empresário Buenos Aires de Souza teve a pena diminuída de 25 anos e 2 meses para 10 anos e 1 mês. Já o casal Breno de Vasconcelos Azevedo e Emilene Marília Lima tiveram as punições reduzidas de 14 anos e 8 meses, cada um, para 7 anos e 11 meses cada. Da decisão, cabe recurso.
Para a Rede Paraíba, a defesa dos acusados negou o envolvimento dos condenados com as irregularidades apontadas.
O três sócios foram condenados pelos crimes de operar instituição financeira sem autorização, emissão, oferecimento ou negociação de irregular de títulos ou valores mobiliários e gestão fraudulenta.
A investigação feita contra os sócios considera que as empresas Fiji Holding Participações, Fiji Solutions Participações e Fiji Tech fazem parte do “grupo Fiji”. As empresas movimentaram cerca de R$ 301 milhões. A Justiça também determinou a reposição de R$ 34 milhões, com base no que foi apurado pela Polícia Federal.
Conforme o processo, recursos arrecadados não eram empregados em operações de compra e venda de criptoativos com o intuito de obter lucro como anunciado. O juiz que proferiu a sentença de condenação, em outubro de 2024, afirmou que o montante recebido era utilizado para o pagamento de investidores anteriores.
Após o término da investigação ficou constatado que “não há registro de operações de compra e venda de criptoativos com o intuito de obter lucro (trades) em volume compatível com os valores aportados ou mesmo indícios que tenham sido obtidos resultados sequer próximos aos anunciados publicamente”.
O que é a Fiji Solutions?
Três sócios da Fiji são condenados pela Justiça da Paraíba
A Fiji Solutions é um empresa gestora de contratos de criptomoedas. Ao iniciar sua relação com a empresa, o cliente cede o controle da porcentagem de criptomoeda que adquiriu por meio de uma empresa corretora, a chamada exchange. Segundo o MP, a Fiji parou de cumprir os pagamentos previstos em contrato em fevereiro deste ano.
Em março, o promotor de Justiça e diretor regional do MP-Procon em Campina Grande, Sócrates Agra, recomendou que a empresa Fiji Solutions fizesse os pagamentos atrasados em até 72 horas, mas os prazos não foram cumpridos.
Em depoimento ao MP na época, um dos sócios afirmou que estaria com problemas técnicos para autorizar os repasses. A recomendação exigiu que a empresa ache uma solução junto a exchange Kucoin para pagamento de clientes.
As investigações
Operação contra a Fiji Solutions e a Softbank aconteceu em Campina Grande e em Gurjão, na PB
Divulgação/Polícia Federal
A empresa estava na mira da justiça desde abril de 2023, quando a 2ª Vara Cível de Campina Grande, atendendo a pedido do Ministério Público da Paraíba, bloqueou R$ 399 milhões dos sócios. Em junho do ano passado, a Polícia Federal deflagrou a Operação Ilha da Fantasia e começou a investigar as atividades da empresa.
Bueno Aires foi preso no mesmo mês da operação devido à investigação de crimes relacionados com abuso sexual infantil. Bueno Aires estava preso na Penitenciária Regional Padrão de Campina Grande, o Serrotão, após ser transferido do Rio de Janeiro, onde inicialmente foi preso pela Polícia Civil. Porém, foi solto em agosto de 2023 e cumpre medidas cautelares após ficar em liberdade.
Breno de Vasconcelos Azevedo e Emilene Marília Lima do Nascimento foram presos durante a Operação Ilha da Fantasia, mas, o primeiro teve a prisão preventiva convertida em medida cautelar com o uso de tornozeleira eletrônica. Emilene ficou em prisão domiciliar.
A 4ª Vara da Justiça Federal em Campina Grande recebeu a denúncia apresentada contra os três sócios da empresa Fiji Solutions. Os três viraram réus por um esquema de fraudes e pirâmide financeira.
Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba
G1
Projeto de faculdade oferece mil vagas em minicursos gratuitos para a área da saúde, em João Pessoa
Atividades acontecem entre os dias 17 e 22 de julho e incluem certificado de participação. Incrições devem ser feitas pela Internet. Cursos são voltados a estudantes e profissionais da área da saúde
Banco de imagens / Freepik
Um total de 1.000 vagas gratuitas estão sendo oferecidas em minicursos voltados para a área de saúde em João Pessoa. A iniciativa é de uma faculdade privada e os interessados devem se inscrever exclusivamente pela internet.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PB no WhatsApp
Os minicursos oferecidos pelas Faculdades Nova Esperança (Facene/Famene) têm foco 100% prático e abordam conteúdos voltados para quem busca capacitação ou atualização profissional. Os participantes terão acesso aos laboratórios da instituição e receberão certificado de participação.
A ação é direcionada a estudantes e profissionais da área da saúde. De acordo com a organização, os cursos têm como objetivo oferecer experiências práticas relacionadas às exigências do mercado.
Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba
G1
Suspeito de matar colega em restaurante tem prisão mantida após audiência de custódia
Homem havia se apresentado à polícia nesta quarta-feira (2), cinco dias após o crime cometido dentro da cozinha de um restaurante. Suspeito de matar colega de trabalho em restaurante se entregou à polícia
Reprodução/TV Cabo Branco
Josiel Alexandre da Silva, suspeito de matar um colega de trabalho durante uma briga na cozinha de um restaurante em João Pessoa, teve a prisão mantida após passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (2). Segundo o delegado Douglas Garcia, ele foi encaminhado para a Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, o Presídio do Roger, em João Pessoa.
O crime aconteceu na última sexta-feira (27), dentro da cozinha de um restaurante no bairro dos Bancários.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PB no WhatsApp
Josiel estava foragido desde o dia do homicídio e se apresentou à Polícia Civil na manhã desta quarta (2). Ao se entregar, foi cumprido um mandado de prisão preventiva expedido pela 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital.
De acordo com a polícia, Josiel e a vítima, Silvanildo Félix de Araújo, de 30 anos, trabalhavam juntos no estabelecimento. Eles teriam discutido durante o expediente, quando o suspeito desferiu um golpe de faca no pescoço do colega.
Silvanildo foi levado ao Hospital de Trauma pelo gerente do restaurante, mas não resistiu.
Entenda o caso
A discussão entre os dois funcionários aconteceu na manhã de sexta-feira (27), dentro da cozinha do restaurante. A Polícia Militar informou que a vítima foi atingida no pescoço. A morte gerou comoção entre colegas e clientes do estabelecimento.
Em nota publicada nas redes sociais, o restaurante lamentou a morte de Silvanildo. “Sua dedicação, profissionalismo e o bom humor com que sempre encarava os desafios farão imensa falta. Neste momento de dor, estendemos nossas mais sinceras condolências à sua família, amigos e a todos que, assim como nós, tiveram o privilégio de conhecê-lo e conviver com ele”, diz o texto.
Após o crime, Josiel fugiu de moto. A Polícia Militar foi até um endereço informado pelo Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), mas ele não foi localizado na ocasião.
Quais as diferenças entre o homicídio culposo e doloso?
Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba
-
G11 ano atrás
UFCG é a 2ª colocada em registros de patentes de invenção no Brasil em 2023, diz INPI
-
G11 ano atrás
Litoral da Paraíba tem 12 trechos de praias impróprios para banho
-
G11 ano atrás
Casos prováveis de dengue na Paraíba em 2024 são mais que o dobro do mesmo período do ano passado
-
Esportes1 ano atrás
Qual é o maior campeão paraibano?
-
G11 ano atrás
Cursos de qualificação profissional são ofertados a mulheres em situação de vulnerabilidade social, em João Pessoa
-
Politica1 ano atrás
Datas de Votação: Eleições Paraíba 2024 – Saiba Aqui
-
G11 ano atrás
Homem é morto após ser esfaqueado por adolescente durante discussão, na PB
-
G11 ano atrás
Estudante que tirou nota máxima em Matemática no Enem dá dicas de como estudar: ‘Correção bem feita’