Vereador pede fortalecimento do bloco Muriçocas do Miramar

Para o vereador João Almeida (PDT), o bloco, que é patrimônio cultural e imaterial da Paraíba, tem se enfraquecido
Em seu primeiro pronunciamento após o retorno dos trabalhos legislativos na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), o vereador João Almeida (PDT) pediu o fortalecimento do bloco pré-carnavalesco Muriçocas do Miramar. Para ele, medidas como a determinação do encerramento dos blocos até meia-noite ou 2h vão enfraquecer o bloco, que é patrimônio cultural e imaterial da Paraíba. “Se ficarmos insistindo nessa poda, vamos retroceder”, lamentou.
“João Pessoa, infelizmente, não tem parque industrial, não tem malha agrícola. João Pessoa é genuinamente uma cidade turística. Em qualquer lugar do mundo que tocar o hino das Muriçocas, as pessoas vão ligar diretamente a João Pessoa, ao carnaval da nossa cidade. A gente vê os apelos publicitários de cidades que enxergam o turismo como fonte de emprego e renda, e nós, em João Pessoa, estamos caminhando na contramão”, destacou o parlamentar.
João Almeida pediu a compreensão dos moradores da região por se tratar de um patrimônio cultural e imaterial e, por isso, precisar de fortalecimento e incentivo. Ele também ressaltou o impacto direto nas oportunidades de emprego e renda. “Nosso emblema pré-carnavalesco está morrendo junto com o bloco das Muriçocas, sem falar dos empregos formais e informais. Esse ordenamento do carnaval da cidade é necessário, mas precisamos tratar esse bloco de uma forma diferente. Precisamos entender que o bloco já é grandioso, porém está morrendo por algum motivo. A Casa tem que ter a responsabilidade de encarar esse tema de maneira célere, não podemos nos acovardar desse debate público”, defendeu o vereador.
Como ex-secretário de segurança pública da Capital, ele afirmou que há condições plenas de oferecer segurança nos blocos. “O que não podemos é ficar estagnados, esperando o bloco ‘morrer’. Nós estamos no melhor momento de nossa cidade, então, faço um apelo para não acabarmos com o bloco das Muriçocas”, salientou.
Apartes
Em aparte, Carlão (PL) reforçou: “O bloco das Muriçocas é um patrimônio cultural e imaterial. A gente não pode suprimir isso. Temos que pensar como conjugar a boa ambiência com os festejos que são reconhecidos assim. Precisamos resgatar isso”. Ele também citou as restrições que trios pé de serra, que também são patrimônio cultural e imaterial, forrozeiros e triangueiros enfrentam com a música ao vivo na orla de João Pessoa. “Precisamos ampliar o debate e proteger o nosso patrimônio”, asseverou.
O vereador Fábio Carneiro acrescentou: “Temos que tratar os temas que as ruas clamam. É um debate importante. Quanto de investimento a Prefeitura realiza? Quantas atrações gratuitas são oferecidas? E isso é solicitado para algo que acontece uma vez ao ano. É um debate que essa Casa tem que travar. Acredito que as forças de segurança do Estado e do Município garantem a segurança e, a Emlur, a limpeza”.
Guguinha Moov Jampa (PSD) também contribuiu: “Concordo com todas as palavras. A gente precisa chamar o Ministério Público para mudar esse horário para música ao vivo na orla. O que já escutei de turistas dizendo que não há o que fazer na cidade depois da meia-noite, que não podem sentar num bar porque estão fechados. Por que nos bairros pode funcionar a hora que for e, na orla, não? Se está havendo problema com tráfico e segurança, que coloquem polícia na rua”.
João Almeida solicitou a realização de uma sessão especial com as presenças do Ministério Público, comerciantes, órgãos de segurança pública e demais interessados para discutir o tema.



