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Paraíba registra alta de 61% no número de ameaças em 2023, e aumento é o maior do país

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Dados do Anuário Brasileiro da Segurança Pública 2024 mostram que as mulheres na Paraíba estão sendo cada vez mais ameaçadas, perseguidas, violentadas e mortas. Violência contra a mulher
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Ser mulher no mundo atual tem se demonstrado perigoso em qualquer lugar: dentro e fora de casa. Os números do Anuário Brasileiro da Segurança Pública 2024, divulgados na última quinta-feira (18), mostram que as mulheres na Paraíba estão sendo cada vez mais ameaçadas, perseguidas, violentadas e mortas. Os crimes que fazem de um ciclo recorrente de violência contra a mulher aumentaram consideravelmente. O ponto final desse processo de violência, o feminicídio, também cresceu.
De acordo com Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, todas as formas de violência contra a mulher cresceram. “E é uma variação que sabemos que há subnotificação porque alguns estados não classificam adequadamente os feminicídios.”
“Se a mulher está apanhando mais, está sendo mais ameaçada, sofrendo mais violência psicológica, sofrendo mais stalking e procurando mais a Justiça e a polícia para obter medidas protetivas, infelizmente, é esperado que ela morra mais”, enfatiza.
Todas as modalidades de violência contra mulheres cresceram na Paraíba:
⬆️ Feminicídio – subiu 30,8%
⬆️Tentativa de feminicídio – subiu 25%
⬆️ Agressões decorrentes de violência doméstica – subiu 19,1%
⬆️ Stalking – subiu 53,7%
⬆️Tentativas de homicídio – subiu 20,7%
⬆️Violência psicológica – subiu 52,3%
O g1 detalha abaixo o ciclo de violência contra a mulher, reforçando, em números, o crescimento de todos os casos na Paraíba.
Ameaça
A violência contra a mulher, seja ela física, moral, psicológico, patrimonial, reside, de uma forma ou de outra, na ameaça. Antes que a violência ocorra, por exemplo, o homem ameaça machucá-la ou matá-la se ela tentar deixá-lo. É o início de um processo doloroso e, por vezes, fatal.
De acordo com o Instituto Maria da Penha, nesse primeiro momento, o agressor mostra-se tenso e irritado por coisas insignificantes, chegando a ter acessos de raiva. Ele humilha a vítima, faz ameaças e destrói objetos.
Na Paraíba, o cenário é extremamente preocupante. O aumento no número de ameaças contra mulheres cresceu 61,6% entre 2022 e 2023. No ano passado, pelo menos 7.622 mulheres foram ameaçadas. Essa variação expressiva foi a maior do país, de acordo com o Anuário da Segurança Pública.
Violência psicológica e perseguição
Agora imagine a situação: uma mulher é diariamente ameaçada pelo homem com quem se relaciona. Ele diz que vai machucá-la ou matá-la se ela tentar deixá-lo. Além dessas ameaças, que já fazem parte de um ciclo de violência, ele a humilha, a proíbe de sair e ver amigos e familiares, manipula e faz chantagens emocionais, controlando 100% a situação. É a violência psicológica. Quando essa mulher tenta sair de casa ou quer terminar o relacionamento, ele começa a persegui-la.
Na Paraíba, o crime de violência psicológica cresceu 52,3%. Foram 325 casos em 2022 e 495 em 2023. Os casos de perseguição (stalking) também apresentaram aumento expressivo de 53,7%, chegando a 930 casos no ano passado.
De acordo com o Anuário da Segurança Pública, a violência psicológica está prevista no Art. 147-B da Lei 14.188/2021, que a define como que a define como “Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação.”
Já a perseguição está inserida no Art. 147-A da Lei 14.132/2021, definindo o stalking como “Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade” e que prevê agravamento da pena quando o ato é cometido contra mulheres por razão da condição do sexo feminino (§1°, inciso II).
Violência doméstica
Quando esses crimes não são o suficiente para manter a companheira em sua vida, o homem extrapola para repressões físicas. Começam as agressões.
Os casos de violência doméstica cresceram 19,1% na Paraíba. Em 2023, foram registrados 1.192 casos. No entanto, mais de 11 mil ligações foram efetuadas para o 190 para denunciar casos de violência doméstica. Número expressivo, que demonstra aumento de 30,7% em relação a 2022. Esses casos representam 7,6% do total de ligações efetuadas ao 190, o número de emergência da Polícia Militar.
As mulheres, por sua vez, para tentar se defender, além de buscar ajuda policial, acionam a justiça. Em 2023, só na Paraíba, foram concedidas 8.736 medidas protetivas de urgência, 28,8% a mais que em 2022.
Feminicídio
O fim do ciclo, infelizmente, é o feminicídio, um crime que geralmente acontece dentro de relações afetivas. O Anuário da Segurança reforça que, apesar de essa ser a sua forma mais corriqueira de se manifestar, a lei prevê sua ocorrência também fora do contexto doméstico, desde que aconteça por “menosprezo ou discriminação à condição de mulher”.
Dessa forma, uma morte em contexto público, ou simplesmente fora de casa, ou com autoria desconhecida, também poderia ser registrada como feminicídio.
Na Paraíba, a quantidade de mortes de mulheres pelo simples fato de serem mulheres cresceu 30,8% em 2023, com 34 casos registrados. Os feminicídios, no ano passado, representavam 45,9% do total (74) de morte de mulheres. Algumas, felizmente, conseguiram sobreviver: 35 tentativas de feminicídios foram registradas em 2023, um aumento de 25% em relação ao ano de 2022.
Usando um recorte nacional de 1.467 vítimas de feminicídio, quando olhamos para o local das mortes, a casa é o principal cenário (64,3%).
A Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, por meio da juíza Anna Carla Falcão, reforça que o cenário exige uma resposta robusta e coordenada de todos os setores da sociedade.
“É crucial que a sociedade como um todo se envolva ativamente na prevenção da violência de gênero. A educação e a conscientização são ferramentas essenciais para combater as raízes culturais dessa violência. Estamos trabalhando em parceria com outras instituições, organizações não governamentais e a comunidade para promover campanhas de sensibilização e programas de apoio às vítimas”, explica.
“Não podemos ignorar a gravidade desses dados. Cada caso de violência contra a mulher é uma violação dos direitos humanos e uma tragédia pessoal e familiar”, completa.
Como denunciar
Denúncias de estupros, tentativas de feminicídios, feminicídios e outros tipos de violência contra a mulher podem ser feitas por meio de três telefones:
197 (Disque Denúncia da Polícia Civil)
180 (Central de Atendimento à Mulher)
190 (Disque Denúncia da Polícia Militar – em casos de emergência)
Além disso, na Paraíba o aplicativo SOS Mulher PB está disponível para celulares com sistemas operacionais Android e IOS e tem diversos recursos, como a denúncia via telefone pelo 180, por formulário e e-mail.
As informações são enviadas diretamente para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que fica encarregado de providenciar as investigações.
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Chacina do Conde: PMs soltos sem tornozeleira

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Chacina do Conde

 

A Justiça da Paraíba determinou nesta quarta-feira (17) a soltura de policiais militares investigados pela chacina de cinco jovens no município do Conde. Posteriormente, os agentes deixaram a prisão sem a obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica, marcando assim um novo capítulo desta investigação que abalou a Grande João Pessoa.

Histórico do caso e decisões anteriores

Inicialmente, os policiais militares envolvidos na morte dos cinco jovens em fevereiro deste ano permaneciam presos na carceragem do 1º Batalhão da Polícia Militar. Contudo, eles já haviam conquistado uma decisão judicial favorável anteriormente. Entretanto, surpreendentemente, os agentes se recusaram a deixar a prisão naquele momento devido à exigência do monitoramento eletrônico.

Consequentemente, essa recusa prolongou sua permanência no cárcere por vários meses. Ademais, a situação gerou discussões sobre os direitos dos investigados e as condições impostas pela Justiça para a liberdade provisória.

Nova determinação judicial

Agora, através de uma nova decisão, a Justiça paraibana concedeu a liberdade aos policiais militares sem a necessidade do uso da tornozeleira eletrônica. Portanto, os agentes puderam deixar a prisão sem qualquer tipo de monitoramento eletrônico, diferentemente do que havia sido estabelecido na primeira decisão.

Além disso, essa mudança representa um alívio significativo para os investigados, que anteriormente haviam optado por permanecer presos a aceitar o monitoramento. Dessa forma, a nova decisão atendeu às expectativas dos envolvidos no caso.

Impacto na investigação

Certamente, a liberação dos policiais militares não encerra a investigação sobre a chacina que vitimou cinco jovens no Conde. Pelo contrário, as investigações continuam em andamento, enquanto a sociedade aguarda os desdobramentos do caso.

Simultaneamente, as famílias das vítimas acompanham com atenção cada etapa do processo judicial. Finalmente, o caso permanece sob os holofotes da mídia e da opinião pública paraibana, demonstrando a importância da transparência nos processos que envolvem agentes de segurança pública.

Lista de próximos passos no processo

  1. Continuidade das investigações policiais
  2. Acompanhamento das atividades dos policiais liberados
  3. Análise de recursos por parte do Ministério Público
  4. Possível designação de nova data para audiências
  5. Monitoramento da repercussão do caso na sociedade

Este caso continua sendo um marco na discussão sobre segurança pública na Paraíba, evidenciando a complexidade das decisões judiciais em casos sensíveis.

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Homem é preso suspeito de ameaçar e agredir mulher com quem tinha um relacionamento, em João Pessoa

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Suspeito foi levado para a Delegacia de Atendimento à Mulher nesta terça-feira (2)
Polícia Civil/Divulgação
Um homem de 39 anos foi preso em flagrante suspeito de ameaçar e cometer violência doméstica contra a mulher com quem mantinha um relacionamento, nesta terça-feira (2), em João Pessoa. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito e a vítima estavam juntos há sete anos.
Segundo a Polícia Civil, a vítima foi até a Delegacia da Mulher para denunciar as agressões que sofria do homem. Em depoimento, ela contou que o suspeito era ciumento e tinha um comportamento violento, e que ela tinha fugido escondida da residência onde eles viviam após ter sido agredida por ele.
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Durante o registro da ocorrência, o suspeito foi procurar pela vítima no local de trabalho dela, quando foi preso pela Polícia Civil e foi encaminhado para um exame de corpo de delito no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (Numol) e, em seguida, conduzido à carceragem da Cidade da Polícia Civil, onde permanece à disposição da Justiça.
Violência contra mulher: como pedir ajuda
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Rede de supemercados oferece mais de 60 vagas de emprego na Paraíba

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Rede atacadista oferece mais de 60 vagas de emprego na Paraíba
Taiguara Rangel/G1
Mais de 60 vagas de emprego estão disponíveis na Paraíba para atuar em uma rede de supermercados em diferentes áreas. As oportunidades são para as cidades de João Pessoa, Cabedelo e Campina Grande. Todas as posições também são abertas a pessoas com deficiência.
Clique aqui para realizar sua inscrição
As principais vagas disponíveis no Assaí Atacadista são para os cargos de Operador(a) de loja e Operador(a) de caixa. Os interessados devem se inscrever diretamente nas vagas disponíveis da região, através do site oficial.
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Para se cadastrar, é necessário ter mais de 18 anos, ensino médio completo, CPF, telefone atualizado e um endereço de e-mail válido. O processo seletivo será realizado em etapas presenciais e online.
A empresa informa que oferece remuneração e pacote de benefícios compatíveis com o mercado, além de um plano de carreira estruturado. Segundo a companhia, há investimento constante na capacitação e desenvolvimento profissional dos colaboradores em todo o país.
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