Rodrigo Bacellar: CCJ da Alerj aprova revogação da prisão por 4 a 2
O deputado do União Brasil foi detido na última semana por determinação da Suprema Corte

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decidiu favoravelmente pela revogação da prisão preventiva do presidente da Casa nesta segunda-feira, 8 de dezembro. Rodrigo Bacellar, deputado do União Brasil, foi detido na última semana por determinação do Supremo Tribunal Federal, gerando intenso debate político no cenário fluminense. A votação na CCJ da Alerj resultou em placar apertado de 4 votos favoráveis à revogação contra 2 contrários.
O caso movimenta os bastidores políticos do Rio de Janeiro e levanta questionamentos sobre limites da imunidade parlamentar. Primeiramente restrita aos membros da comissão, a discussão agora se expande para o plenário, onde todos os deputados estaduais terão oportunidade de manifestar posições sobre tema que divide opiniões dentro e fora do parlamento fluminense.
O que aconteceu com Rodrigo Bacellar?

O presidente da Assembleia Legislativa foi alvo de prisão preventiva decretada pelo Supremo Tribunal Federal na semana passada. A ordem judicial insere-se no contexto de investigações em curso que apuram supostos esquemas de corrupção envolvendo parlamentares fluminenses. Segundo informações preliminares, as apurações apontam para possível participação em articulações suspeitas relacionadas a contratos públicos estaduais.
A prisão de Rodrigo Bacellar ocorreu durante operação coordenada pela Polícia Federal, que cumpriu mandados em diversos endereços ligados ao deputado. Entretanto, a defesa contesta veementemente as acusações, argumentando que não existem elementos suficientes para justificar medida tão drástica. Os advogados também questionam aspectos procedimentais da investigação e alegam violação de prerrogativas parlamentares previstas constitucionalmente.
Por que a CCJ votou pela revogação?
A decisão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania fundamenta-se em interpretação das prerrogativas parlamentares estabelecidas na Constituição Estadual do Rio de Janeiro. Os deputados que votaram favoravelmente à revogação argumentam que a prisão preventiva viola imunidades concedidas aos parlamentares no exercício de suas funções legislativas. Todavia, críticos apontam que tais prerrogativas não podem servir como escudo para práticas criminosas.
Argumentos apresentados na votação
Durante as deliberações na comissão, diversos pontos foram levantados pelos parlamentares:
4 Argumentos favoráveis à revogação:
- Ausência de flagrante delito que justifique prisão antes de julgamento
- Possível cerceamento das atividades parlamentares legítimas
- Necessidade de preservar independência entre Poderes
- Questionamentos sobre proporcionalidade da medida cautelar
4 Argumentos contrários à revogação:
- Gravidade das acusações investigadas
- Risco de obstrução da justiça caso o parlamentar permaneça livre
- Precedente negativo para combate à corrupção
- Supremacia das decisões do STF sobre instâncias estaduais
Como funciona o processo de revogação na Alerj?
O procedimento para revogar prisão de parlamentar na Assembleia Legislativa segue trâmite específico previsto no regimento interno. Após aprovação na CCJ, o parecer favorável segue para votação em plenário, onde necessita de maioria qualificada dos deputados presentes para ser efetivado. Ademais, existe possibilidade de recursos e questionamentos jurídicos que podem prolongar a discussão.
A votação em plenário está prevista para acontecer nos próximos dias, dependendo da articulação política e da disponibilidade de pauta. Lideranças partidárias já iniciaram negociações para garantir apoio suficiente, enquanto grupos de oposição organizam estratégias para bloquear a revogação. O resultado permanece incerto, considerando as divisões existentes dentro da própria base governista.
Etapas do processo
| Fase | Status | Próximo Passo |
|---|---|---|
| Análise CCJ | Concluída (4×2) | Envio ao plenário |
| Discussão em plenário | Aguardando | Votação nominal |
| Votação final | Pendente | Maioria qualificada necessária |
| Recurso judicial | Possível | Depende do resultado |
Qual o impacto político desta decisão?
A aprovação do parecer na CCJ reverbera significativamente no cenário político fluminense. Aliados de Bacellar celebraram o resultado como vitória institucional e defesa das prerrogativas parlamentares. Por outro lado, setores da oposição classificam a movimentação como tentativa de blindar parlamentares envolvidos em irregularidades, minando esforços anticorrupção consolidados nos últimos anos.
A repercussão transcende fronteiras estaduais, alcançando debate nacional sobre limites da imunidade parlamentar. Juristas dividem-se quanto à constitucionalidade de assembleias legislativas revogarem prisões decretadas pela mais alta corte do país. Inclusive, especialistas advertem que eventual conflito institucional entre Alerj e STF pode gerar crise de grandes proporções no sistema político brasileiro.
Quem são os deputados que votaram?
A composição da CCJ e o posicionamento de seus membros nesta votação específica revelam alinhamentos políticos e possíveis articulações para o plenário. Os quatro deputados que votaram pela revogação pertencem majoritariamente a partidos da base de apoio ao governo estadual, embora nem todos mantenham relação direta com Bacellar.
Os dois votos contrários vieram de parlamentares ligados a partidos de oposição, que têm histórico de cobranças por transparência e combate à corrupção. Bem como esperado, o debate foi acalorado, com acusações recíprocas de motivações políticas sobrepondo-se a aspectos técnico-jurídicos da questão.
O que diz a defesa de Rodrigo Bacellar?
Os advogados do presidente da Alerj sustentam que a prisão carece de fundamentação legal sólida. Segundo a defesa, não existem indícios concretos de que Bacellar tenha praticado os crimes investigados, nem evidências de que estaria obstruindo investigações ou ameaçando testemunhas. A equipe jurídica também questiona metodologia empregada nas investigações, apontando possíveis irregularidades na coleta de provas.
Manifestações públicas da defesa enfatizam trajetória política de Bacellar e destacam ausência de condenações criminais em sua carreira. Os advogados argumentam que a prisão preventiva deveria ser exceção reservada para casos extremos, não aplicável em situação onde o parlamentar possui residência fixa, ocupação lícita e disposição para colaborar com a Justiça.
Por que o STF ordenou a prisão?
Embora detalhes da decisão judicial permaneçam sob sigilo, informações preliminares indicam que a Suprema Corte identificou elementos que justificariam medida cautelar. Investigações em curso supostamente revelaram esquema complexo de desvio de recursos públicos, com participação de agentes políticos em diferentes níveis. Apesar disso, a fundamentação completa da ordem de prisão não foi divulgada publicamente, gerando especulações sobre natureza e extensão das acusações.
A decisão do STF insere-se em contexto mais amplo de operações contra corrupção que têm alcançado parlamentares de diversos estados. Nos últimos anos, a Suprema Corte intensificou fiscalização sobre condutas de agentes públicos, especialmente em casos envolvendo organização criminosa e lavagem de dinheiro. Principalmente após operações exitosas em outros estados, investigadores aprimoraram técnicas para rastrear movimentações financeiras suspeitas.
Qual a posição dos partidos políticos?
O posicionamento das legendas reflete divisões que transcendem alinhamentos tradicionais. O União Brasil, partido de Bacellar, mobilizou-se rapidamente para defender seu membro, classificando a prisão como arbitrária e politicamente motivada. Comunicados oficiais da agremiação ressaltam necessidade de respeitar prerrogativas parlamentares e questionar excessos do Poder Judiciário.
Partidos de oposição mantêm discurso crítico, embora com nuances. Algumas legendas adotam postura mais moderada, reconhecendo importância das imunidades parlamentares enquanto defendem apuração rigorosa das denúncias. Outras manifestam-se enfaticamente contra qualquer tentativa de reverter decisão judicial, interpretando movimentação como retrocesso no combate à impunidade.
Posicionamento por bancada
Governo e base aliada: Apoio majoritário à revogação, argumentando defesa institucional do Legislativo e proteção de prerrogativas constitucionais.
Oposição de esquerda: Rejeição à revogação, enfatizando necessidade de combate à corrupção e subordinação de todos à lei, independentemente de cargo ocupado.
Oposição de centro: Posição dividida, com parte dos parlamentares priorizando aspecto jurídico e outros enfatizando dimensão política do caso.
Independentes: Avaliação caso a caso, manifestando preocupação tanto com excessos judiciais quanto com possível blindagem de investigados.
Como a população reage à decisão?
Reações populares polarizam-se intensamente nas redes sociais e manifestações públicas. Apoiadores de Bacellar interpretam decisão da CCJ como vitória da democracia e contenção de suposto ativismo judicial. Críticos, por sua vez, expressam indignação com o que consideram tentativa de parlamentares protegerem-se mutuamente, perpetuando cultura de impunidade arraigada na política brasileira.
Pesquisas de opinião realizadas após anúncio da prisão indicavam que maioria dos cidadãos fluminenses apoiava manutenção da medida cautelar. Entretanto, parcela significativa manifestava dúvidas sobre real extensão das acusações, refletindo desconfiança generalizada em relação tanto a políticos quanto a instituições judiciais. Por fim, o desenrolar do caso nos próximos dias tende a acirrar ainda mais estas divisões na sociedade.
O que esperar da votação no plenário?
A sessão plenária que decidirá sobre revogação da prisão promete ser das mais tensas da legislatura atual. Lideranças partidárias trabalham intensamente nos bastidores para garantir votos suficientes conforme suas posições. Estratégias incluem desde apelos à unidade institucional do Legislativo até alertas sobre consequências políticas de decisões consideradas equivocadas.
Analistas políticos projetam votação apertada, com possibilidade real de resultado diverso daquele obtido na CCJ. O plenário possui composição mais heterogênea, incluindo parlamentares menos alinhados com lideranças tradicionais e mais sensíveis a pressões populares. Além disso, repercussão midiática do caso pode influenciar deputados preocupados com imagem pública e perspectivas eleitorais futuras.
A expectativa é que debate seja extenso, com diversos parlamentares solicitando palavra para manifestar posições. Questões regimentais também podem surgir, potencialmente adiando votação ou alterando procedimentos. Independentemente do resultado, a decisão certamente estabelecerá precedente importante para casos similares que possam emergir futuramente.
Acompanhe o Correio Paraibano em nossa comunidade do WhatsApp



