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Pediatra investigado por estupro em João Pessoa: o que se sabe e o que falta saber

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Vítimas de Fernando Cunha Lima costumam ser meninas e tinham idades entre 4 e 9 anos no momento em que foram abusadas. Confira mais detalhes sobre o caso. Pediatra Fernando Cunha Lima é suspeito de estuprar uma paciente de 9 anos de idade durante uma consulta, em João Pessoa
TV Câmara/Reprodução
A Polícia Civil pediu, no dia 8 de agosto, a prisão preventiva do pediatra Fernando Paredes Cunha Lima, que é suspeito de uma série de estupros de vulneráveis. O pedido veio depois de denúncias vindas de diferentes vítimas, o que gerou forte indignação. O g1 preparou um material com as principais informações sobre o caso.
Confira abaixo o que se sabe e o que ainda falta saber:
O que aconteceu?
Quem é Fernando Cunha Lima?
Quem são as vítimas?
Como aconteciam os abusos?
O que diz o pediatra?
O que ainda falta saber?
O que aconteceu?
A primeira denúncia formal de estupro de vulnerável contra o pediatra Fernando Cunha Lima aconteceu no dia 25 de julho e foi tornada pública no dia 6 de agosto.
A mãe da criança, que estava no consultório, disse em depoimento que viu o momento em que ele teria tocado as partes íntimas da criança. Ela informou que na ocasião, imediatamente, retirou os dois filhos do local e foi prestar queixa na Delegacia de Polícia Civil.
Com a repercussão do caso, uma sobrinha do suspeito revelou que foi abusada quando também tinha 9 anos, na década de 1990, assim como suas duas irmãs. As denúncias, assim, indicam que os crimes aconteceriam há pelo menos 33 anos, já que o relato se refere a um estupro que teria sido cometido em 1991.
Uma série de depoimentos que vêm sendo colhidos nos últimos dias fez a Polícia Civil da Paraíba começar a traçar uma espécie de padrão, um “modus operandi” praticado pelo médico pediatra em pelo menos nos últimos 33 anos.
A informação foi confirmada pelo delegado Cristiano Santana, superintendente da Polícia Civil, ao destacar que as vítimas costumam ser meninas e ter todas entre 4 e 9 anos no momento em que foram abusadas.
Quem é Fernando Cunha Lima?
Fernando Paredes Cunha Lima é um pediatra famoso na capital paraibana e tinha uma clínica particular no bairro de Tambauzinho. O médico tem 81 anos e teve inscrição como médico registrada pela primeira vez no Conselho Regional de Medicina (CRM) em 1971, no Distrito Federal, mas pediu transferência para o estado da Paraíba dez dias depois.
O pediatra também fazia parte da diretoria da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de João Pessoa (APAE). Após a divulgação das denúncias, ele foi afastado da instituição, e a APAE informou que não atuava como médico no local desde 2022.
Ele também é escritor e poeta, com diversos livros publicados, entre eles “Fernando em Pessoa”, “Girassóis urbanos” e “Sonetos com nome de Soneto”.
Parte de uma tradicional família da Paraíba, Fernando Cunha Lima é irmão de Arthur Cunha Lima, conselheiro afastado do Tribunal de Contas da Paraíba após ser investigado pela Operação Calvário, da Polícia Federal, que apura desvio de recursos da saúde e educação por meio de Organizações Sociais.
Em 2015, Fernando Cunha Lima foi homeageado pela Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), com a Comenda Poeta Ronaldo Cunha Lima, que leva o nome do falecido ex-governador da Paraíba (primo de Fernando).
Em uma série de depoimentos dados à Polícia Civil, as mães narram que os abusos de Fernando Cunha Lima aconteciam dentro do consultório, com as vítimas em cima de uma maca, quando o médico obstruía a visão delas ou fazia a ausculta do pulmão das crianças.
Quem são as vítimas?
Ao todo, seis mulheres já formalizaram denúncias de abusos contra Fernando Cunha Lima. As denunciantes são três mães de pacientes do pediatra, incluindo a mãe da menina de 9 anos que fez a primeira acusação formal, e duas sobrinhas dele. Ele não compareceu para dar depoimento à polícia porque passou mal e foi internado.
VÍDEO: sobrinha diz ter sido abusada por pediatra na infância
As duas sobrinhas foram incluídas no processo como testemunhas, porque os crimes contra elas já prescreveram, devido ao lapso temporal entre o crime, em 1991, e a denúncia. Porém, os depoimentos delas contribuem para dar embasamento ao inquérito.
Vítimas chegam à delegacia para formalizar denúncias de estupro de vulnerável contra o pediatra Fernando Cunha Lima
Volney Andrade/TV Cabo Branco
Como aconteciam os abusos?
O delegado conta que, em geral, e ainda de acordo com os diferentes depoimentos colhidos, o médico costumava agir no consultório, durante atendimentos e exames de rotina, com a mãe da vítima presente ao local, mas aproveitando algum momento de distração.
“A dinâmica era muito parecida. Existem similaridades entre os casos”, completa.
O g1 teve acesso ao depoimento de três mães, duas sobrinhas e uma vítima. Uma menina de 4 anos era atendida desde o nascimento e outra de 9 anos desde os 9 meses. A terceira, vítima aos 7 anos, passou a ser atendida pelo médico aos 2 anos, após outras pessoas recomendarem o profissional. As sobrinhas de Fernando Cunha Lima afirmam ter sido abusadas aos 10 anos. Uma quarta mãe também denunciou o caso, mas o g1 não teve acesso ao documento.
Em entrevista à TV Cabo Branco, o superintendente da Polícia Civil em João Pessoa, Cristiano Santana, afirmou que os depoimentos possuem “muitas convergências entre si”.
“O crime nunca acontecia na primeira consulta. Havia uma relação de confiança na mãe que leva a filha num pediatra”, afirmou.
Consultório do pediatra Fernando Cunha Lima, em João Pessoa
TV Cabo Branco/Reprodução
As mães afirmam em depoimento que ficaram sem reação após presenciar os abusos e uma vítima contou que estava assustada. Uma mãe disse que, ao perceber o abuso, falou ao médico que a criança não estava confortável e retirou a filha do consultório, mas não denunciou por medo ou por pensar que ninguém acreditaria no relato dela.
“Outras meninas, ao ver a denúncia formalizada pela primeira mãe, encorajaram-se e procuraram a delegacia”, destacou Cristiano Santana.
Uma vítima de apenas 9 anos chegou a relatar para mãe que estava sentindo dores na região da genitália após o abuso, mas não contou antes por medo e vergonha.
Depois do caso da vítima de 9 anos ser denunciado à Polícia Civil, no dia 25 de julho, e a investigação divulgada na imprensa, outras vítimas decidiram denunciar, incluindo duas sobrinhas do médico Fernando Cunha Lima, que afirmam ter sido abusadas com aproximadamente 10 anos de idade.
De acordo com as sobrinhas, os abusos aconteciam em uma casa de férias do médico, em Cabedelo, ou na própria casa das vítimas, no Rio Grande do Norte. Uma das sobrinhas relata que foi abusada em pelo menos três ocasiões diferentes e ele ainda tentou uma quarta vez, mas ela empurrou o médico. Ela ainda afirma que uma terceira familiar do médico contou para as vítimas que também foi abusada pelo médico na infância, mas ela não prestou depoimento à Polícia.
O que diz o pediatra?
A defesa do pediatra emitiu uma nota declarando que o médico é inocente e que está sendo “acusado injustamente”. Informou ainda que Fernando Cunha Lima vai prestar esclarecimentos e colaborar com as investigações.
Após faltar a dois depoimentos alegando problemas de saúde, o médico compareceu nesta sexta-feira (9) à Delegacia de Repressão aos Crimes contra Infância e Juventude e foi ouvido, mas os detalhes não foram divulgados porque o processo está em segredo de justiça.
O que ainda falta saber?
Ainda não se sabe com precisão quantas vítimas Fernando Cunha Lima abusou pelo menos nos últimos 33 anos.
Uma das sobrinhas abusadas afirma que uma terceira familiar do médico contou para as vítimas que também foi abusada pelo médico na infância, mas ela não prestou depoimento à Polícia.
Médico suspeito de estuprar crianças, Fernando Paredes Cunha Lima, presta depoimento à polícia nesta sexta-feira (9)
Reprodução/TV Cabo Branco
Também não se sabe o que vai acontecer com o médico. A Polícia Civil pediu, nesta quinta-feira (8), a prisão preventiva do pediatra Fernando Paredes Cunha Lima. O pedido deve ser enviado ao Ministério Público para análise, e a Justiça deve decidir se vai acatar ou recusar solicitação.
O Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) informou que abriu uma sindicância para apurar o caso. Já a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), do qual Fernando Cunha Lima era diretor, decidiu suspendê-lo e afastá-lo de suas funções diretivas.
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Justiça reduz penas dos três sócios da Fiji Solutions condenados por fraudes contra o sistema financeiro

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Decisão foi proferida por desembargadores do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5). Bueno Aires José Soares de Souza, sócio da Fiji Solutions
Reprodução/TV Cabo Branco
Os três sócios do “grupo Fiji”, que inclui a empresa Fiji Solutions, tiveram penas reduzidas por decisão de desembargadores do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-F), no caso em que são condenados por fraudes contra o sistema financeiro e, segundo a Justiça, terem oferecido contratos de investimentos coletivos sem registro na Comissão de Valores Mobiliários. Sediada em Campina Grande, a empresa era investigada pela Polícia Federal por captar recursos de clientes, prometendo pagamentos expressivos por meio de operações de compra e venda de criptomoedas. A decisão foi emitida nesta quarta-feira (2).
O empresário Buenos Aires de Souza teve a pena diminuída de 25 anos e 2 meses para 10 anos e 1 mês. Já o casal Breno de Vasconcelos Azevedo e Emilene Marília Lima tiveram as punições reduzidas de 14 anos e 8 meses, cada um, para 7 anos e 11 meses cada. Da decisão, cabe recurso.
Para a Rede Paraíba, a defesa dos acusados negou o envolvimento dos condenados com as irregularidades apontadas.
O três sócios foram condenados pelos crimes de operar instituição financeira sem autorização, emissão, oferecimento ou negociação de irregular de títulos ou valores mobiliários e gestão fraudulenta.
A investigação feita contra os sócios considera que as empresas Fiji Holding Participações, Fiji Solutions Participações e Fiji Tech fazem parte do “grupo Fiji”. As empresas movimentaram cerca de R$ 301 milhões. A Justiça também determinou a reposição de R$ 34 milhões, com base no que foi apurado pela Polícia Federal.
Conforme o processo, recursos arrecadados não eram empregados em operações de compra e venda de criptoativos com o intuito de obter lucro como anunciado. O juiz que proferiu a sentença de condenação, em outubro de 2024, afirmou que o montante recebido era utilizado para o pagamento de investidores anteriores.
Após o término da investigação ficou constatado que “não há registro de operações de compra e venda de criptoativos com o intuito de obter lucro (trades) em volume compatível com os valores aportados ou mesmo indícios que tenham sido obtidos resultados sequer próximos aos anunciados publicamente”.
O que é a Fiji Solutions?
Três sócios da Fiji são condenados pela Justiça da Paraíba
A Fiji Solutions é um empresa gestora de contratos de criptomoedas. Ao iniciar sua relação com a empresa, o cliente cede o controle da porcentagem de criptomoeda que adquiriu por meio de uma empresa corretora, a chamada exchange. Segundo o MP, a Fiji parou de cumprir os pagamentos previstos em contrato em fevereiro deste ano.
Em março, o promotor de Justiça e diretor regional do MP-Procon em Campina Grande, Sócrates Agra, recomendou que a empresa Fiji Solutions fizesse os pagamentos atrasados em até 72 horas, mas os prazos não foram cumpridos.
Em depoimento ao MP na época, um dos sócios afirmou que estaria com problemas técnicos para autorizar os repasses. A recomendação exigiu que a empresa ache uma solução junto a exchange Kucoin para pagamento de clientes.
As investigações
Operação contra a Fiji Solutions e a Softbank aconteceu em Campina Grande e em Gurjão, na PB
Divulgação/Polícia Federal
A empresa estava na mira da justiça desde abril de 2023, quando a 2ª Vara Cível de Campina Grande, atendendo a pedido do Ministério Público da Paraíba, bloqueou R$ 399 milhões dos sócios. Em junho do ano passado, a Polícia Federal deflagrou a Operação Ilha da Fantasia e começou a investigar as atividades da empresa.
Bueno Aires foi preso no mesmo mês da operação devido à investigação de crimes relacionados com abuso sexual infantil. Bueno Aires estava preso na Penitenciária Regional Padrão de Campina Grande, o Serrotão, após ser transferido do Rio de Janeiro, onde inicialmente foi preso pela Polícia Civil. Porém, foi solto em agosto de 2023 e cumpre medidas cautelares após ficar em liberdade.
Breno de Vasconcelos Azevedo e Emilene Marília Lima do Nascimento foram presos durante a Operação Ilha da Fantasia, mas, o primeiro teve a prisão preventiva convertida em medida cautelar com o uso de tornozeleira eletrônica. Emilene ficou em prisão domiciliar.
A 4ª Vara da Justiça Federal em Campina Grande recebeu a denúncia apresentada contra os três sócios da empresa Fiji Solutions. Os três viraram réus por um esquema de fraudes e pirâmide financeira.
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Projeto de faculdade oferece mil vagas em minicursos gratuitos para a área da saúde, em João Pessoa

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Atividades acontecem entre os dias 17 e 22 de julho e incluem certificado de participação. Incrições devem ser feitas pela Internet. Cursos são voltados a estudantes e profissionais da área da saúde
Banco de imagens / Freepik
Um total de 1.000 vagas gratuitas estão sendo oferecidas em minicursos voltados para a área de saúde em João Pessoa. A iniciativa é de uma faculdade privada e os interessados devem se inscrever exclusivamente pela internet.
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Os minicursos oferecidos pelas Faculdades Nova Esperança (Facene/Famene) têm foco 100% prático e abordam conteúdos voltados para quem busca capacitação ou atualização profissional. Os participantes terão acesso aos laboratórios da instituição e receberão certificado de participação.
A ação é direcionada a estudantes e profissionais da área da saúde. De acordo com a organização, os cursos têm como objetivo oferecer experiências práticas relacionadas às exigências do mercado.
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Suspeito de matar colega em restaurante tem prisão mantida após audiência de custódia

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Homem havia se apresentado à polícia nesta quarta-feira (2), cinco dias após o crime cometido dentro da cozinha de um restaurante. Suspeito de matar colega de trabalho em restaurante se entregou à polícia
Reprodução/TV Cabo Branco
Josiel Alexandre da Silva, suspeito de matar um colega de trabalho durante uma briga na cozinha de um restaurante em João Pessoa, teve a prisão mantida após passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (2). Segundo o delegado Douglas Garcia, ele foi encaminhado para a Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, o Presídio do Roger, em João Pessoa.
O crime aconteceu na última sexta-feira (27), dentro da cozinha de um restaurante no bairro dos Bancários.
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Josiel estava foragido desde o dia do homicídio e se apresentou à Polícia Civil na manhã desta quarta (2). Ao se entregar, foi cumprido um mandado de prisão preventiva expedido pela 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital.
De acordo com a polícia, Josiel e a vítima, Silvanildo Félix de Araújo, de 30 anos, trabalhavam juntos no estabelecimento. Eles teriam discutido durante o expediente, quando o suspeito desferiu um golpe de faca no pescoço do colega.
Silvanildo foi levado ao Hospital de Trauma pelo gerente do restaurante, mas não resistiu.
Entenda o caso
A discussão entre os dois funcionários aconteceu na manhã de sexta-feira (27), dentro da cozinha do restaurante. A Polícia Militar informou que a vítima foi atingida no pescoço. A morte gerou comoção entre colegas e clientes do estabelecimento.
Em nota publicada nas redes sociais, o restaurante lamentou a morte de Silvanildo. “Sua dedicação, profissionalismo e o bom humor com que sempre encarava os desafios farão imensa falta. Neste momento de dor, estendemos nossas mais sinceras condolências à sua família, amigos e a todos que, assim como nós, tiveram o privilégio de conhecê-lo e conviver com ele”, diz o texto.
Após o crime, Josiel fugiu de moto. A Polícia Militar foi até um endereço informado pelo Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), mas ele não foi localizado na ocasião.
Quais as diferenças entre o homicídio culposo e doloso?
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